A Justiça dos Estados Unidos determinou segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha, que a empresária Carolina Andraus Lane tenha acesso a documentos de transação financeira de um truste compartilhado com o ex-marido, o ex-senador Gilberto Miranda.
Eles travam uma disputa na Justiça por uma fortuna estimada em R$ 1 bilhão. Lane acusa o ex-marido de ter alterado o contrato de um investimento que teria sido construído pelos dois, quando ainda estavam juntos, e de ter se apropriado do dinheiro.
O advogado do parlamentar, Rui Celso Fragoso, argumenta que Lane e Miranda casaram em regime de separação total de bens e, por isso, a empresária não teria direito ao dinheiro.
Duas juízas dos estados de Nova York e da Flórida determinaram que o escritório do advogado americano que cuidava do truste do casal, Donald Fox, disponibilize os documentos solicitados pela defesa da empresária.
As magistradas também ordenaram que os bancos em que o investimento estava alocado —como Morgan Stanley, Deutsche Bank e Royal Bank of Canada RBC— forneçam a documentação de movimentação financeira do fundo.
Segundo a defesa da empresária, os registros são provas de que ela era beneficiária do truste. O objetivo é que os documentos sejam apresentados em um processo que corre na Justiça brasileira.
Na ação de sociedade de fato, a empresária foi derrotada na primeira e na segunda instâncias no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O advogado do ex-senador, Rui Celso Fragoso, afirma que os novos documentos “são completamente irrelevantes”.
Gilberto Miranda foi senador pelo Amazonas por três mandatos e já chegou a ser alvo de ações da Polícia Federal, mas nunca foi condenado.
O ex-parlamentar e Carolina Andraus Lane foram casados por 12 anos e viviam em mansões na região dos Jardins, em São Paulo, onde recebiam políticos e personalidades da elite paulistana.