A empresa norte-americana Doroni Aerospace tem uma meta ambiciosa: criar um veículo capaz de trafegar como um carro e ao mesmo tempo alçar voo de forma vertical, como um helicóptero, e começar a vendê-lo já em 2024. O conceito, se colocado em prática e se mostrar viável, como a empresa ressalta, tem potencial de revolucionar a forma como é feito o trânsito atual em vias terrestres por automóveis. Apesar de ser um conceito revolucionário e capaz de criar uma forma muito mais simples e rápida de deslocamento, ao mesmo tempo o trânsito de centenas de veículos semelhantes nos céus de uma metrópole como São Paulo poderia facilmente se tornar algo caótico e propenso a desastres, já que é mais difícil regular e controlar veículos que se deslocam pelo ar.
Em 2022, a empresa apresentou o protótipo H1, veículo que é capaz de acomodar dois ocupantes (contando o motorista/piloto), tem duas asas, uma na parte dianteira e outra na traseira do veículo, com duas hélices acopladas a cada uma delas para permitir o deslocamento vertical da aeronave. A diferença é que as hélices são menores que as de helicópteros e, ao contrário deles, ficam no mesmo nível na carroceria do veículo, não acima, o que dá um design característico ao modelo. Por serem menores, o veículo acaba necessitando de quatro hélices no total para garantir o toque necessário para tirar o veículo do chão.
De acordo com a empresa, a bateria do veículo pode ser carregada em cerca de meia hora e ele teria uma autonomia de quase 100 quilômetros, velocidade de cruzeiro de 160 km/h e velocidade máxima de 224 km/h. O sistema de controle do carro/aeronave seria intuitivo e fácil de usar, “baseado em uma aeronave multirotor auto-estabilizadora”, segundo a companhia. O preço inicial do “carro voador” da Doroni seria de US$ 135 mil.
Segundo a Doroni, a missão da companhia é “transformar o transporte intramunicipal de forma sustentável (…) ajudando a definir o futuro da mobilidade aérea urbana, envolvendo a indústria da aviação, academia, militares, agências reguladoras, bem como nossos clientes civis e comerciais em potencial. Nosso veículo voador pessoal oferecerá uma alternativa segura, prática, econômica e ecológica ao transporte tradicional de automóveis”.
Sobre o começo das vendas, a empresa é otimista. “Esperamos começar a vender e alugar 22 unidades em nosso terceiro ano e 722 unidades em nosso quinto ano. Prevemos que o Doroni H1 eVTOL gerará receita, começando com socorristas, policiais, forças armadas, carta de intenção para um pedido antecipado de uma empresa de segurança e usuários recreativos. A partir daí, planejamos nos posicionar para possivelmente ser adquiridos por empreiteiros globais de defesa, fabricantes de automóveis como a General Motors ou empresas de compartilhamento de viagens como Uber e Lyft”, afirma a empresa.
A partir daí, aparentemente só o céu será o limite para a Doroni, que pretende um dia comercializar o veículo em larga escala para usuários comuns.