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quinta-feira 9 de janeiro de 2025 às 06:14h

Emissões de dívida corporativa batem recorde em 2024; o que esperar para 2025?

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O volume de emissões públicas de títulos de dívida corporativa bateu recorde em 2024, porém o feito não deve se repetir em 2025, apontam especialistas ouvidos pelo site IstoÉ Dinheiro. O motivo é a alta dos juros, que deve reduzir o apetite ao risco dos investidores e desacelerar a atividade econômica.

No ano passado, foram emitidos R$ 608,1 bilhões, valor 76% maior do que o registrado em 2023, quando as emissões somaram R$ 345,4 bilhões. O crescimento foi capitaneado pelas debêntures, títulos mais populares entre os investidores, com aumento de 107% nas emissões ao longo do ano, somando R$ 465,8 bilhões.

Os títulos de dívida corporativa são papéis emitidos pelas empresas para poderem financiar seus projetos. O investidor pode comprá-los e, em troca, recebe o valor com juros após certo tempo. Essa categoria inclui também os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), imobiliários (CRIs) e notas comerciais (NCs).

Cenário mudou

Economista-chefe da Cy Capital, Eliane Teixeira aponta que a atividade econômica aquecida e o afrouxamento monetário foram decisivos para o recorde. “Esse cenário estimulou as empresas a se financiarem tanto via mercado de crédito quanto por meio do mercado de capitais doméstico e externo”, diz. “Para 2025 é difícil que tenhamos uma repetição.”

Head de renda fixa da Faz Capital, Filipe Arend aponta ainda uma herança das crises da Americanas e da Light de 2023, que elevaram os spreads bancários. No ano passado, houve uma normalização que levou os spreads para abaixo da média histórica.

Os spreads são a diferença entre a porcentagem da taxa de juros cobrada nos empréstimos e a de juros paga em investimentos. São o meio pelo qual os bancos conseguem seus lucros.

Sua redução faz assim com que a diferença do custo das empresas em relação aos custos do mercado fosse reduzido, explica Arend. Facilitou assim para que elas conseguissem crédito pelas emissões de dívidas. “A gente teve as empresas com custo relativo mais baixo, do outro lado os investidores com maior demanda”, sintetiza.

Agora, o cenário é outro, marcado inclusive por possibilidades mais seguras na renda fixa do que a dívida corporativa. “O apetite dos investidores tende a reduzir cada vez mais”, diz Arend.

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