A Embasa identificou, na última semana, uma fraude, conhecida popularmente como ‘gato’, em um condomínio de alto padrão em Barra do Jacuípe, Camaçari, onde um desvio na rede de distribuição de água foi encontrado antes do hidrômetro. A prática ilegal manipulava o consumo de água do local, impactando não apenas a medição correta, mas também o abastecimento de outras residências na região. Essa ação faz parte de um esforço contínuo da Embasa para combater fraudes na rede de água, que já resultou na identificação de cerca de 27,5 mil irregularidades em Salvador e na região metropolitana apenas no primeiro semestre de 2024.
De acordo com a superintendente de serviços de água e esgotamento sanitário da RMS, Thaís Vieira, o furto de água gera perdas significativas, tanto físicas quanto financeiras, além de comprometer o abastecimento para clientes que pagam regularmente. “A ligação clandestina também expõe a água a contaminantes, colocando em risco a saúde das pessoas”, ressalta.
Embora a maioria das fraudes seja identificada em áreas de maior vulnerabilidade social, práticas ilegais também são encontradas em regiões de alto poder aquisitivo. No caso do condomínio em Barra do Jacuípe, a fraude abastecia não apenas o imóvel principal, mas também diversas piscinas e jardins, resultando em uma perda estimada de 360 metros cúbicos de água por mês, conforme destacou Rafael Máximo, gerente comercial da Embasa em Camaçari.
A Embasa conta com 64 equipes dedicadas exclusivamente à identificação e combate a fraudes na região metropolitana de Salvador. As formas mais comuns de furto incluem ligações clandestinas, fraudes na medição, como adulteração de hidrômetros, e reativação ilegal de ligações cortadas por falta de pagamento. Segundo Luzivane Cunha, gerente de suporte comercial da Embasa, aproximadamente 90% das fraudes na RMS envolvem a reativação indevida de ligações cortadas.
Quando uma fraude é identificada, os responsáveis são submetidos à aplicação de multas baseadas no volume de água furtado. “A Embasa busca não apenas coibir as fraudes, mas também oferecer condições flexíveis para que os clientes regularizem sua situação”, explica Manuella Andrade, diretora de Operação da Embasa da RMS.
Além das penalidades administrativas, o furto de água é considerado um crime contra o patrimônio, sujeito a penas de um a quatro anos de prisão, conforme o artigo 155 do Código Penal. Os infratores também são obrigados a ressarcir o valor correspondente ao volume de água furtado. A população pode denunciar práticas de furto de água ou ligações clandestinas de forma anônima através do telefone 0800 0555 195 ou pelos canais de atendimento virtual da Embasa.