O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender empréstimos de bancos públicos e falou em recriação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As declarações foram dadas pelo petista nesta sexta-feira (10) conforme a TV Record, durante reunião de hoje com ministros, no Palácio do Planalto.
“A gente não pode ficar chorando o dinheiro que falta. A gente tem que utilizar bem o dinheiro que a gente tem. Por isso o Haddad é o ministro da Fazenda, ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele, e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone vão sentar à mesa para arrumar o dinheiro que nós precisamos para fazer investimentos nesse país”, disse Lula.
“Eu quero saber o papel dos bancos públicos para alavancar os investimentos nesse país, para pequenos e médios empreendedores, para cooperativas, para grandes empresários, para os estados que estão com capacidade de endividamento, para prefeituras. Por que não emprestar dinheiro para essa gente? Não pode ser proibido emprestar dinheiro para construir ativo que vai aumentar o patrimônio deste país. Que vai aumentar a qualidade de vida do povo. Não dá para a gente ficar achando que o gostoso nesse país é guardar dinheiro”, completou.
O empréstimo de dinheiro via bancos públicos é alvo de diversas críticas. Chamados de “amigos” por Lula, Venezuela, Moçambique e Cuba estão inadimplentes com o Brasil, por exemplo, em relação às concessões feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A dívida somada até dezembro de 2022 é de R$ 5,3 bilhões.
PAC
Durante a reunião com os ministros, Lula falou ainda em recriar o PAC. “Eu queria até sugerir ao nosso companheiro [Paulo] Pimenta [ministro da Secretaria de Comunicação Social] que é importante colocar a criatividade da comunicação em funcionamento para a gente criar um novo nome. O PAC foi muito importante, produziu muita coisa, mas se a gente puder criar um novo programa, é importante. Mostrar que a gente está renovando, inovando, que a gente tem criatividade para fazer outras coisas”, defendeu.
Lançado pelo petista em 2007, o programa previa um total de R$ 503,9 bilhões em mais de mil projetos. Em 2010, foi apresentado o PAC 2, como vitrine para a campanha da então presidente Dilma Rousseff (PT). A nova versão do programa incorporou as obras que não tinham sido concluídas no PAC 1, com total de investimentos na casa de R$ 1 trilhão.