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O secretário-geral da ONU, António Guterres, dirige-se à comunicação social na passagem de Rafah, entre o Egipto e Gaza - Foto: ONU/Mark Garten
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segunda-feira 25 de março de 2024 às 09:32h

Em Rafah, Guterres pede que Israel permita ajuda “total e irrestrita” em Gaza

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Secretário-geral fez pronunciamento chamando de “monstruosa” a continuidade de bombardeios e ataques israelenses durante o mês sagrado dos muçulmanos; ele afirmou que está “mais do que na hora de um cessar-fogo imediato” e que o senso comum de humanidade deve prevalecer.

No último sábado (23), o secretário-geral da ONU fez um pronunciamento na passagem de Rafah, que fica na fronteira entre o Egito e Gaza, chamando a atenção para a crueldade vivida pelo povo palestino.

António Guterres afirmou que é “monstruoso” que, depois de tanto sofrimento durante meses, os palestinos em Gaza tenham que marcar o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, com “bombas israelenses caindo, balas voando e ataques de artilharia em curso”.

Bloqueio de ajuda é “ultraje moral”

Ele disse que na travessia de Rafah o sofrimento e a crueldade são palpáveis, pois há uma longa fila de caminhões de ajuda bloqueados de um lado dos portões e do outro a enorme “sombra da fome”.

Para o chefe das Nações Unidas, “isso é mais do que trágico, é um ultraje moral”. Segundo ele, “qualquer novo ataque tornará tudo pior” para os civis palestinos, para os reféns e para todas as pessoas da região.

António Guterres afirmou que este quadro trágico reforça que está “mais do que na hora de um cessar-fogo imediato”. Ele ressaltou que “é hora de Israel assumir um compromisso firme de acesso total e irrestrito a bens humanitários em toda Gaza”.

O chefe da ONU disse ainda que “no espírito de compaixão do Ramadã, é hora da libertação imediata de todos os reféns”.

Apelo por dignidade e decência

Pedindo o “silencio das armas”, o secretário-geral lembrou que os palestinos em Gaza permanecem “presos em um pesadelo”, com comunidades destruídas, casas demolidas e famílias e gerações inteiras eliminadas.

Ele enfatizou que os palestinos em Gaza precisam saber que “não estão sozinhos”. Guterres afirmou que “as pessoas em todo o mundo estão indignadas com os horrores que estão sendo testemunhados em tempo real”.

O líder da ONU disse carregar as vozes da grande maioria do mundo “que já viu o bastante” e que “ainda acreditam que a dignidade humana e a decência devem nos definir como uma comunidade global”.

“Vamos escolher o lado da ajuda, o lado da esperança e o lado certo da história”, disse ele, afirmando que não vai desistir e fará de tudo que puder para que o sentido comum de humanidade possa prevalecer.

Missão de solidariedade durante o Ramadã

Guterres explicou que todos os anos, desde que serviu como alto comissário para os refugiados, realiza uma missão de solidariedade durante o mês sagrado do Ramadã para “trazer visibilidade para as comunidades muçulmanas em perigo”.

Neste Ramadã, ele se dirigiu à travessia de Rafah para destacar as dificuldades e dor dos palestinos em Gaza, bem como os obstáculos para aliviar a situação humanitária que enfrentam.

O secretário-geral também pediu que todos os membros das Nações Unidas apoiem o trabalho para salvar vidas, liderado pela “espinha dorsal” de todas as operações de ajuda a Gaza, a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.

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