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Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL - Foto: Beto Barata/ PL
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quinta-feira 20 de julho de 2023 às 05:37h

Em oposição à esquerda, PL planeja aumentar o número de jovens na política conservadora

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O PL está estruturando iniciativas para atrair a participação de jovens na política conservadora do país. A juventude é vista como peça importante para o crescimento da direita, e a principal aposta é o ‘PL Jovem’, braço da legenda.

Até o começo de 2023, o projeto ainda era pontual, sem uma organização estabelecida. Mas, nas últimas semanas, a ação ganhou musculatura e líderes estaduais e municipais estão sendo selecionados de acordo com Beatriz de Cunto e Mariana Grazini, da GloboNews, para representar o novo núcleo do PL.

O presidente nacional do ‘PL Jovem’ e deputado estadual do Ceará, Carmelo Neto, de 21 anos, diz que a ideia é dar voz àqueles que se identificam com o partido e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além daqueles que desejam comungar com as bandeiras do liberalismo. “O PL quer ser o maior celeiro de novas cabeças”, afirmou o parlamentar.

Este assunto é caro ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que costuma sinalizar uma proximidade com o grupo nas redes sociais. Na tarde desta quarta-feira (19), ele se reuniu com Carmelo Neto em Brasília. Na pauta estava, entre outros assuntos, a estruturação do ‘PL Jovem’ no âmbito nacional.

Outra demonstração de interesse pela ala jovem é a participação de Valdemar e do presidente de honra do partido, Jair Bolsonaro, no programa que lançou a plataforma ‘Chega aí PL J’. O objetivo é dar visibilidade a jovens que tenham pensamentos alinhados ao campo da direita, com as bandeiras defendidas pelo partido.

Em alguns estados, como São Paulo, os nomes das lideranças já foram definidos. O deputado estadual Tenente Coimbra (PL), de 32 anos, foi o escolhido para encabeçar a atuação paulista do projeto. Na avaliação dele, entre as prioridades estão expandir a capacidade de mobilização da juventude, atrair para o conservadorismo os perfis desinteressados pela política e capacitar jovens com potencial para se tornarem futuros candidatos.

“A direita, de um modo geral, perdeu um pouco a capacidade de dialogar com a juventude. A comunicação precisa melhorar”, disse Coimbra.

Segundo o deputado, o ‘PL Jovem’ de São Paulo vai começar a gravação de um podcast nesta sexta-feira (21). Ele afirma que a ideia é trazer desde influenciadores da ideologia de direita até membros da executiva do partido para a análise de temas atuais, como Reforma Tributária, escolas cívico-militares e pautas de costumes.

Ainda no Sudeste, em Minas Gerais, o recém empossado presidente estadual do partido, o deputado federal Domingos Sávio (PL), diz que irá intensificar o trabalho promovido pelo ‘PL Jovem’. Uma sinalização da importância do tema é o movimento de reestruturação da sigla na região. O estado é visto como um retrato da diversidade de eleitores no Brasil e costuma ser um termômetro das disputas presidenciais.

Em Pernambuco, o rosto do PL Jovem é o de Mateus Henrique, de 26 anos, que se orgulha de acompanhar a trajetória política do ex-presidente Jair Bolsonaro desde 2015. Para ele, a atuação da juventude vai além da busca por votos e candidatos em disputas eleitorais. Existe também uma preocupação em formar lideranças que sejam capazes de reproduzir valores liberais e conservadores.

Já no norte do país, em Manaus (AM), Ana Clara, de 19 anos, lidera a iniciativa. Ela tem participado da organização de eventos para a filiação de jovens, mesas redondas e discussões sobre a política conservadora em espaços públicos. “Os movimentos estudantis, principalmente, têm uma ideologia de esquerda. Precisamos tomar esses espaços e ocupar esses lugares. Uma ideia é dialogar com os mais novos, antes de eles chegarem às universidades”, afirma.

A estruturação do ‘PL Jovem’ é mais um mecanismo para fortalecer a oposição aos partidos de esquerda. O PT, por exemplo, tem a juventude na sua origem. O partido foi fundado, entre outros grupos, por líderes de movimentos estudantis na década de 80.

A trajetória da sigla desde então é marcada pela forte presença dos jovens nas tomadas de decisões e pela elaboração de políticas públicas. Desde 2008, o partido possui a Secretaria Nacional de Juventude, hoje liderada por Nadia Garcia.

Segundo Garcia, um indicativo da relevância da juventude na legenda foi a decisão do PT, em 2020, de destinar uma parcela do fundo partidário para apoiar a candidatura desse grupo. Para ela, um dos principais desafios da Secretaria hoje é construir novos métodos de diálogos. Uma aposta é a produção de conteúdos nas redes sociais e de vídeos com, no máximo, 15 segundos de duração. “Buscamos, por exemplo, um modo de contar para a juventude o que tem acontecido na última década no Brasil”, afirma.

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