As rusgas se intensificaram depois que Prates se absteve da votação do Conselho de Administração da Petrobras que determinou a retenção dos R$ 43,9 bilhões que seriam distribuídos aos acionistas como dividendos extraordinários.
Nesta sexta-feira (5), o Conselho de Administração da Petrobras se reuniu novamente para discutir a saúde financeira da companhia e abrir caminho para a distribuição dos dividendos retidos em maio.
Quando votou pelo represamento dos dividendos, os indicados do governo no conselho da Petrobras justificaram a decisão por uma necessidade manter o dinheiro em caixa para conseguir condições melhores de financiamento para os projetos de investimento, reduzindo o nível de risco.
Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa que é repartida entre os acionistas. Já os dividendos extraordinários são aqueles pagos além do mínimo obrigatório. Ou seja, a empresa não tem que pagá-los necessariamente.
No entanto, nos últimos anos, a Petrobras fez a distribuição dessa parcela do lucro. Em março, o represamento dos dividendos pegou os acionistas de surpresa e reduziu o valor de mercado da estatal.
Mas a crise de Prates com o Planalto vem na esteira da abstenção nessa votação, contrariando indicação do governo. Na ocasião, o presidente da Petrobras chegou a propor a distribuição parcial, mas foi voto vencido.