Os Estados Unidos iniciaram nesta quarta-feira (11) negociações para a criação de um corredor humanitário para a retirada de civis de Gaza, enquanto a força aérea de Israel continua a bombardear o território. O Ministério da Saúde palestino em Gaza disse que 974 pessoas foram mortas e mais de 5 mil ficaram feridas após os ataques na faixa.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse que Washington estava negociando a iniciativa com Israel e o Egito. Também houve apelo de grupos humanitários e de autoridades da União Europeia para a criação de corredores que permitissem a entrada de recursos como alimentos e remédios na área, que é densamente povoada e abriga mais de 2,3 milhões de palestinos.
“Estamos focados nesta questão. Há consultas em andamento. Mas os detalhes disso são algo que está sendo discutido entre as agências operacionais e não quero compartilhar muito disso publicamente neste momento”, disse Sullivan.
Tel Aviv declarou um “cerco total” a Gaza dias após um ataque mortal de militantes terroristas do Hamas às cidades israelenses que fazem fronteira com o território. Com uma infraestrutura já enfraquecida devido a 16 anos de bloqueio de Israel, autoridades locais demandam ajuda internacional devido a cortes na eletricidade e escassez de alimentos, água e combustível.
A agência humanitária das Nações Unidas, OCHA, disse que já há um “deslocamento em massa” na Faixa de Gaza, e mais de 263 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas devido à retaliação de Israel. A única saída para os civis seria a fronteira com o Egito, que foi interditada por tempo indeterminado. Apesar de ter enviado caminhões de ajuda, Cairo se recusa a abrir a passagem.
“Há uma necessidade urgente de estabelecer um corredor humanitário para encaminhamentos de pacientes desimpedidos e que salvam vidas e movimentação de pessoal humanitário e suprimentos essenciais de saúde”, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) em comunicado.
Na manhã desta quarta-feira, 300 mil reservistas israelenses foram enviados para o sul do país, perto de Gaza, onde se preparam para uma operação das Forças Armadas. Em meio a escalada de tensões, crescem as expectativas em uma invasão terrestre por parte de Tel Aviv.
“Vamos executar a missão que nos foi dada pelo governo israelense para garantir que o Hamas, no final desta guerra, não tenha quaisquer capacidades militares pelas quais possa ameaçar ou matar civis israelenses”, disse Jonathan Conricus, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF).
O ataque do Hamas em Israel no último sábado 7 deixou cerca de 1.200 israelenses mortos e mais de 2.700 feridos. De acordo com Conricus, o controle de todas as regiões invadidas no sul do país já foi recuperado, mas novas vítimas ainda estão sendo descobertas. Somado a isso, Tel-Aviv também acredita que cerca de 150 pessoas ainda estejam sendo mantidas reféns por militantes do Hamas.