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segunda-feira 11 de julho de 2022 às 10:31h

Em luto por Shinzo Abe, coalizão governista garante vitória em eleições no Japão

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Com bandeiras a meio mastro, o Japão amanheceu nesta segunda-feira (11) enlutado pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, mesmo quando o partido no poder que ele fazia parte garantiu uma vitória eleitoral que dá a chance ao atual primeiro-ministro Fumio Kishida para cimentar seu próprio poder.

As pessoas que lamentavam a morte, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, entraram em um templo em Tóquio para um velório particular para Abe na noite desta segunda-feira, no horário local, três dias depois de ele ter sido morto a tiros em um comício eleitoral.

“Há um profundo sentimento de tristeza por sua perda”, disse Yellen a repórteres do lado de fora do templo.

O suspeito, identificado pela polícia como Tetsuya Yamagami, de 41 anos, acredita que Abe promoveu um grupo religioso ao qual sua mãe fez uma “grande doação”, disse a agência de notícias Kyodo, citando fontes investigativas.

A Igreja da Unificação, um grupo controverso conhecido por seus casamentos em massa e seguidores dedicados às vezes pejorativamente chamados de “Moonies”, disse nesta segunda-feira (11) que a mãe do suspeito era um de seus membros.

Nem Abe, nem Yamagami, eram membros da igreja, disse Tomihiro Tanaka, presidente da filial japonesa da igreja, oficialmente chamada de Federação da Família para a Paz Mundial e Unificação.

Abe também não era um conselheiro da igreja, disse Tanaka, acrescentando que cooperaria com a polícia se solicitado a fazê-lo.

A Reuters não conseguiu entrar em contato imediatamente com a mãe de Yamagami e não conseguiu determinar se ela pertencia a outras organizações religiosas.

Vitória Sombria

Nas eleições realizadas no domingo, o Partido Liberal Democrático (LDP) e seu parceiro de coalizão no governo, o partido Komeito, ampliaram sua maioria na Câmara Alta do parlamento.

Com a maioria já em vigor na Câmara Baixa, o que teria sido um clima de comemoração na sede do LDP em circunstâncias normais tornou-se sombrio.

Um momento de silêncio para Abe foi oferecido em sua memória, e o rosto de Kishida permaneceu sombrio enquanto ele fixava rosetas ao lado dos nomes dos candidatos vencedores em um quadro em um símbolo de sua vitória.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se encontrou com Kishida durante uma breve parada nesta segunda-feira (11) para oferecer condolências em nome do presidente Joe Biden.

“Eu compartilhei com nossos colegas japoneses a sensação de perda, a sensação de choque que todos nós sentimos – pessoas conectadas sentem – nesta tragédia horrível”, disse Blinken.

“Mas principalmente, eu vim a mando do presidente porque mais do que aliados, somos amigos. E quando um amigo está sofrendo, outros amigos aparecem.”

Kishida, Yellen e o embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, estavam entre as centenas de pessoas que se dirigiram para o velório desta segunda-feira (11) no templo Zojoji, em Tóquio, onde estava o corpo do ex-primeiro-ministro.

Uma fila de carros sedan pretos, incluindo vários com placas diplomáticas, chegou ao local, com alguns enxugando as lágrimas enquanto faziam fila sob os degraus que levavam ao templo no calor abafado.

O LDP e seu parceiro de coalizão Komeito conquistaram 76 dos 125 assentos disputados na Câmara, contra 69 que já tinham anteriormente.

O LDP sozinho ganhou 63 assentos, acima dos 55 que já tinha, para ganhar a maioria dos assentos, embora tenha ficado aquém de uma maioria simples por conta própria.

Sem eleições marcadas para os próximos três anos, Kishida ganhou um espaço extraordinariamente grande para tentar implementar uma agenda ambiciosa que inclui expandir os gastos com defesa e revisar a Constituição pacifista do Japão – um sonho de longa data de Abe antes que problemas de saúde levassem à sua renúncia.

Abe liderou a maior corrente dentro do LDP, e analistas disseram que sua morte pode levar a uma potencial turbulência dentro do partido que pode desafiar o controle de Kishida.

Kishida disse em entrevista coletiva que vai abordar os problemas difíceis que Abe não conseguiu resolver, como a revisão da Constituição, acrescentando que espera que haja discussões sobre o assunto durante a próxima sessão doParlamento.

“Ganhamos força dos eleitores para um governo estável desta nação”, disse Kishida em entrevista coletiva.

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