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segunda-feira 15 de maio de 2023 às 14:31h

Em Londres, Zelenski propõe “coalizão de caças” ao Ocidente

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se reuniu nesta segunda-feira (15) em Londres com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, e recebeu a promessa do envio de mísseis e drones de longo alcance para reforçar a defesa ucraniana contra os invasores russos.

O ucraniano se disse confiante de que poderá assegurar rapidamente um acordo para o envio de aviões de combate dos parceiros ocidentais para seu país. Ele disse que conversou com Sunak sobre a questão, e que se sentia bastante otimista quanto à criação de uma “coalizão de jatos de combate” para a guerra contra a Rússia, e que uma decisão deverá ser tomada em um curto espaço de tempo.

Os países da Otan hesitam em se comprometer com a entrega de caças modernos à Ucrânia. Um porta-voz do governo britânico afirmou que o Reino Unido não tem planos para enviar aviões de combate à Ucrânia.

Sunak, por outro lado, disse que seu país vai ajudar a Ucrânia a treinar pilotos de combate, como parte de seu pacote de ajuda a Kiev. “Estamos prontos para implementar esses planos em um tempo relativamente curto”, assegurou.

Ele destacou que as conversas com Zelenski ocorreram dentro dos preparativos da reunião do Conselho de Líderes da Europa na Islândia – na qual Zelenski fará um pronunciamento em vídeo – e da cúpula dos países do G7 no Japão.

“Momento crucial para resistência ucraniana”

Sunak assegurou que vai tratar da questão do apoio aéreo com os demais líderes nas duas reuniões. O britânico exaltou seu colega ucraniano, afirmando que “sua liderança e a bravura e fortaleza de seu país são uma inspiração para todos nós”.

O gabinete do primeiro-ministro confirmou que o Reino Unido enviará nos próximos meses centenas de sistemas de mísseis e drones de longo alcance capazes de atingir alvos em distâncias de mais de 200 quilômetros.

Londres se tornou um dos principais aliados militares de Kiev, com o fornecimento de um grande número de mísseis e tanques e o treinamento de 15 mil soldados ucranianos em solo britânico. Na semana passada, os britânicos enviaram à Ucrânia mísseis de cruzeiro Storm Shadow, com alcance de mais de 250 quilômetros, o tipo de armamento que Kiev pedia há tempos aos aliados.

“Este é um momento crucial para a resistência ucraniana a uma terrível guerra de agressão que eles não escolheram ou provocaram”, disse Sunak. “Eles precisam de apoio contínuo da comunidade internacional para se defenderem da barragem de ataques incessantes e indiscriminados que se tornaram a realidade diária da guerra há mais de um ano. Não podemos decepcioná-los.”

“Não muda o curso da guerra”, diz kremlin

O Kremlin avalia como “extremamente negativa” a promessa britânica de enviar mais armamentos a Kiev, mas, ao mesmo tempo, assegura que isso não mudar drasticamente o curso da guerra. “O Reino Unido aspira ser a vanguarda entre os países que abastecem a Ucrânia de armas”, disse o porta-voz do governo russo Dmitry Peskov.

“Repetimos que isso não terá influência drástica ou fundamental na forma como a operação militar especial se desdobra”, afirmou, empregando a expressão utilizada pela Rússia para se referir à sua invasão ao país vizinho. “Isso, porém, levará a mais destruição, mais ações. Deixa toda essa história muito mais complicada para a Ucrânia.”

A viagem de Zelenski a Londres ocorreu em meio a um giro do líder ucraniano por algumas das principais capitais europeias. A iniciativa ajudou seu país a obter novas promessas de ajuda da Alemanha, Itália e França, antes de uma aguardada contraofensiva ucraniana contra as tropas russas, no intuito de recuperar território tomado pelas forças russas.

Em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que seu país enviará à Ucrânia nas próximas semanas dezenas de tanques leves, blindados e sistemas de defesa antiaérea. Cerca de 2 mil soldados ucranianos receberão treinamento na França neste ano, e outros 4 mil na Polônia, como parte de um esforço europeu mais amplo.

No domingo, Zelenski se reuniu com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, após o governo alemão prometer enviar 2,7 bilhões de euros (R$ 15,5 bilhões) em ajuda militar, incluindo tanques, sistemas antiaéreos e munição.

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