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domingo 27 de novembro de 2022 às 11:28h

Em ‘home office’ no Alvorada, Bolsonaro atuou por indicações e preparou estratégia para 2023, diz jornal

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Saindo pouco do Palácio da Alvorada desde a derrota na eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) continuou articulando, silenciosamente, sobretudo em favor de aliados, informa Jussara Soares e Daniel Gullino, do O Globo. Nas três semanas em que ficou praticamente sem frequentar o Planalto, ele trabalhou pela aprovação dos desembargadores que indicou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), incentivou uma candidatura de oposição a Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado, nomeou um ex-ministro de seu governo para um posto do Executivo e participou da estratégia por meio da qual seu partido, novamente, questionou o resultado das urnas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem apresentar provas.

No sábado, Bolsonaro saiu de Brasília pela primeira vez ao longo desse período e acompanhou uma formatura na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). O presidente não discursou no evento.

Bolsonaro foi apenas quatro vezes ao Palácio do Planalto desde o segundo turno, em 30 de outubro. Na semana passada, porém, ele voltou a despachar no local, onde esteve anteontem e na quarta-feira. Aliados justificaram o isolamento por uma infecção na perna do presidente, embora a postura também reflita o abatimento de Bolsonaro em virtude da derrota para o petista Luiz Inácio Lula da Silva .

Durante a temporada de “home office” no Alvorada, Bolsonaro continuou recebendo aliados. Boa parte desses compromissos não entra na agenda, sob argumento de que ocorrem na casa do presidente e, por isso, não precisariam ser divulgados.

Na última semana, Bolsonaro articulou para o Senado referendar as duas indicações que ele fez ao STJ, de Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues. O presidente tratou do assunto em reuniões com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele pediu pediu ao primogênito empenho para mobilizar a base e garantir a aprovação de ambos, o que acabou ocorrendo. A interlocutores, reiterou que tratava uma eventual derrota nos processos de indicação como inaceitável.

O Senado também esteve na pauta sob uma outra vertente, como O GLOBO mostrou ontem: o presidente vem incentivando a candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) contra Pacheco, que tentará mais um mandato à frente da Casa.

De dentro da residência oficial, Bolsonaro se dedicou a resolver o futuro do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto, de quem é amigo. No último dia 18, ele novamente o escalou para presidir a Embratur, cargo que já ocupou no passado. Machado deixou o governo para concorrer ao Senado e não se elegeu.

Outros dois homens de confiança — o ministro Célio Faria (Secretaria de Governo) e o assessor João Henrique de Freitas — foram nomeados para a Comissão de Ética Pública, cujo mandato é de três anos. A função, embora não remunerada, é considerada estratégica. Trata-se do colegiado responsável por julgar administrativamente desvios de integrantes do Executivo.

O presidente também participou ativamente da decisão do PL de ingressar com a representação no TSE em que questionou a segurança de parte das urnas eletrônicas usadas no segundo turno. O pedido já foi rejeitado pelo presidente da Corte, Alexandre de Moraes. Coube ao ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice em sua chapa, municiar o chefe com as informações detalhadas que embasaram a ação malfadada.

Na quinta-feira, um dia após a decisão de Moraes de rejeitar o pedido do PL, Bolsonaro se reuniu no Alvorada com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, além do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e de Braga Netto. A pauta da reunião não foi divulgada.

No período de reclusão, Bolsonaro teve que lidar com uma erisipela, uma infecção na perna. Embora não tenha sido divulgada pela Presidência, foi confirmada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

Durante o encastelamento, aliados que foram ao Alvorada publicaram fotos ao lado de Bolsonaro, como o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que foi ao local no dia 16. De acordo com ele, o presidente passou o tempo inteiro com a calça dobrada, para não incomodar a ferida, e desdobrou a peça apenas para a fotografia:

— Ele tem dificuldade de botar uma calça, mas está bem, tem recebido as pessoas.

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