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O secretário-geral António Guterres (à esquerda) é recebido por Xi Jinping, Presidente da China, durante o 3º Fórum do Cinturão e Rota em Pequim, China - Foto: Divulgação
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quinta-feira 19 de outubro de 2023 às 06:37h

Em fórum na China, Guterres pede investimentos em infraestrutura verde

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou no 3º fórum internacional sobre a iniciativa Cinturão e Rota da China, que financiou e construiu estradas, usinas de energia, pontes, portos e outras instalações em países em desenvolvimento ao longo da última década.

Nesta última quarta-feira (18), Guterres lembrou que embora a infraestrutura “seja a base da vida cotidiana de populações e economias”, bilhões de pessoas no mundo em desenvolvimento ainda não têm acesso a sistemas básicos.

Crise e oportunidade

Além disso, o chefe da ONU ressaltou que “o desenvolvimento não pode ocorrer às custas do ar que respiramos, da água que bebemos ou da biodiversidade que define a saúde do nosso planeta.”

Ele pediu aos líderes pela “transformação da emergência de infraestrutura em uma oportunidade”, observando que 75% do que o mundo precisará até meados do século ainda não foi construído.

O secretário-geral afirmou que a iniciativa Cinturão e Rota reconhece uma chance histórica de construir cidades modernas e verdes, comunidades e sistemas de transporte e energia que “coloquem a resiliência e a sustentabilidade no centro.”

Para ele, a iniciativa pode fazer “valiosas contribuições em duas áreas-chave”.

Sustentabilidade econômica

A primeira foca em promover a “sustentabilidade econômica” nos países em desenvolvimento, reformando a atual arquitetura financeira global, promovendo mecanismos eficazes de alívio da dívida e apoiando um Plano de Estímulo Anual de US$ 500 bilhões para ampliar o investimento nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.

Os líderes mundiais que participaram da Cúpula dos ODS na sede da ONU no mês passado endossaram essas iniciativas.

De acordo com Guterres, num contexto desafiador para os países em desenvolvimento, a relevância da iniciativa Cinturão e Rota é inegável.

O chefe da ONU aponta que ela incluiu quase US$ 1 trilhão em investimentos acumulados em mais de 3 mil projetos em todo o mundo.

Investir na sustentabilidade ambiental

A segunda área de ação é sobre a promoção da sustentabilidade ambiental, que exigirá investimentos que “incorporem resiliência e adaptação no planejamento nacional e local” e ajudem a atingir o objetivo de limitar o aumento da temperatura global para 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

Guterres afirmou que “a iniciativa Cinturão e Rota é um instrumento importante para tornar esses investimentos-chave uma realidade”.

Rota da Seda Verde

O secretário-geral abordou este ponto durante um fórum de alto nível sobre a iniciativa Rota da Seda Verde, que busca colocar projetos e investimentos em harmonia com a natureza.

Segundo ele, a ação “pode literalmente mudar paisagens, economias, sistemas de energia, transporte, edifícios e indústrias inteiras”. Por isso, Guterres pede que os projetos sejam feitos de maneiras que preservem as futuras gerações.

O chefe da ONU pediu aos líderes que o setor avance de forma verde e sustentável, apoiando pessoas e ecossistemas, bem como rompendo com modelos de desenvolvimento fracassados que mantêm a dependência de combustíveis fósseis.

Energia limpa para todos

O líder da ONU enfatizou a necessidade de “sistemas de transporte verde e estruturas municipais de energia”, que não poluam o meio ambiente ou destruam a biodiversidade, fornecendo eletricidade acessível para todos.

Guterres destacou o papel das indústrias de construção, destacando que são necessários “edifícios e sistemas de água e energia resistentes às mudanças climáticas e capazes de continuar a atender às comunidades em face de desastres.”

Além disso, o secretário-geral da ONU pediu que qualquer novo investimento em infraestrutura sirva para “acelerar a transição de afastamento dos combustíveis fósseis que destroem o planeta e em direção à energia renovável”.

Guterres citou o Pacto de Solidariedade Climática, que pressiona os maiores poluidores a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Paralelamente, a Agenda de Aceleração apela a todos os governos para que acelerem suas transições energéticas.

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