O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o líder russo Vladimir Putin não será preso se vier ao Brasil. A afirmação foi feita durante entrevista ao canal indiano “Firstpost”, neste sábado (9).
Lula está na Índia para a cúpula do G20. O Brasil assumirá a liderança do grupo a partir de dezembro. Apesar de a Rússia fazer parte do G20, o presidente russo não participou do encontro.
Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra Putin por crimes de guerra. Por ser signatário do acordo que criou o tribunal, o Brasil deveria cumprir os mandados caso o presidente russo viesse ao país.
Ao ser questionado se Putin seria chamado para participar da reunião do G20 no Brasil, Lula confirmou que o presidente russo receberá o convite.
“Eu acho que o Putin pode ir tranquilamente para o Brasil. Eu posso lhe dizer, se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso”, afirmou.
“Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil. É preciso as pessoas levarem muito a sério isso”, continuou.
Lula lembrou que a próxima reunião do G20 acontecerá na Rússia. O petista disse que irá ao país para participar do encontro.
Ainda durante a entrevista, o presidente brasileiro afirmou que a Rússia invadiu a Ucrânia sem consultar ninguém e que o Brasil “é 100% contra a invasão da integridade territorial de qualquer país”.
Comunicado citou guerra
Durante a cúpula do G20, os líderes que integram o bloco aproveitaram para criticar invasões territoriais e lamentaram o impacto da guerra na Ucrânia.
No comunicado final da cúpula, o grupo deixou claro que “o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, fazendo referência à atuação da Rússia no conflito.
“Em linha com a Carta das Nações Unidas, todos os Estados devem abster-se da ameaça do uso da força ou de buscar a aquisição territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, diz o comunicado.
A afirmação foi vista como surpresa, uma vez que havia dúvidas sobre uma manifestação em conjunto do grupo sobre a guerra, já que existem divergências dentro do G20 sobre o conflito na Ucrânia.