Teoricamente um dos mais interessados na cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), cujo julgamento pelo TRE-PR está marcado para o dia 1º de abril, o presidente Lula da Silva (PT) surpreendeu interlocutores na semana passada segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, quando defendeu mais de uma vez que tirar o seu ex-algoz do Senado pode ser um erro político.
Lula repetiu este pensamento em pelo menos duas conversas com pequenos grupos, um deles composto de senadores:
— Não entendo por que esse movimento todo para cassar o Moro.
Para ele, Moro é um morto-vivo no Congresso, um senador sem qualquer influência. Assim, acha que se deveria tirar o pé do acelerador da cassação.
Lula parou por aí nas duas conversas. Para seus interlocutores, porém, o que estaria implícito na observação é que a consequência do ex-juiz da Lava-Jato perder o mandato poderá ser abrir uma avenida para a extrema-direita vencer a eleição suplementar ao Senado pelo Paraná.
Lula não citou o nome de Michelle Bolsonaro nas conversas, mas alguns de seus interlocutores saíram com a certeza que a ex-primeira-dama seria o sujeito oculto do temor do presidente.