Múcio presidiu a cerimônia de juramento a bandeira e destacou, em discurso, a importância da participação feminina na corporação.
— Neste dia especial, tenho que destacar um feito inédito na história das nossas Forças Armadas, que é a pioneira das mulheres em curso que tenha finalidade de deixá-las verdadeiramente aptas a combater em prol da defesa do povo brasileiro e dos interesses nacionais. Tenho certeza que vocês fizeram e fazem história e servirão de inspiração para as outras gerações de brasileiras. Essa ruptura de padrão é uma conquista de espaço e oportunidade e esse é um desejo da minha do Brasil.
Ao dividir sua “convicção pessoal”, o ministro afirmou que “não havia razões para não vermos jovens brasileiras integrando as Forças”, o que ocorre em diversos outros países. Múcio destacou episódios recentes como as chuvas no Rio Grande do Sul, as ações nas Terras Indígenas Yanomami, o combate aos incêndios no Pantanal e as Operações de Garantia da Lei e Ordem nos portos do Rio e São Paulo para destacar o trabalho dos militares.
— Aproveito para cumprimentar a Marinha do Brasil na figura do seu Comandante, meu presado amigo, Almirante Olsen, por essa decisão estratégica tomada com toda responsabilidade, antecedência, aprofundada com estudos e ação preparatória. Há de se reconhecer também a determinação da nossa Força Naval em uma inequívoca demonstração de confiança que a instituição tem na capacidade da mulher brasileira. Acredito que diante dos desafios de maior exigência, o Brasil não tolerará prescindida essa fonte de força de trabalho tão capaz para fortalecimento.
Além do ministro, a solenidade contou com a presença do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, dentre outras autoridades civis e militares.
Na abertura, o capitão de Mar e Guerra e comandante do CIAMPA, Vanderli Nogueira Cordeiro Junior, ressaltou semanas “intensas e desafiadoras” as quais as formandos foram submetidos para o rigoroso curso de formação:
— Destacamos entre os formandos a presença das 114 mulheres nomeadas soldados fuzileiros navais. Essas jovens foram pioneiras ao trilharem um rigoroso processo de transformação de jovem civil em um combatente anfíbio, representando um novo capítulo na história do Corpo de fuzileiros navais da Marinha do Brasil. Este marco simboliza a presença feminina em todos os corpos e quadros da Corporação. Essas jovens são fonte de inspiração para futuras gerações de mulheres fuzileiras — afirmou o Comandante.
O evento reuniu famílias que compartilham a atuação na Força em diferentes gerações. Suboficial Sobrinho não escondeu a emoção ao ver sua filha, de 18 anos, formada.
— É uma sensação inigualável. Uma honra ter o legado sendo renovado. Foram 35 anos de Marinha. Fico muito grato de ver minha filha parte da Corporação neste dia histórico — celebrou.
A conquista foi definida pela jovem como uma realização “indescritível” para ela e para a Marinha.
— Quando entrei aqui, no dia 19 de fevereiro, não imaginei a emoção deste dia. Uma gratidão eterna a minha família e as campanhas que enfrentaram todo esse sacrifício comigo — contou a soldado fuzileira naval Sobrinho.