O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se reuniram em um almoço nesta segunda-feira (11) para discutir a formação da base de apoio do governo de Jair Bolsonaro.
O presidente terá de construir maioria na Câmara para aprovar projetos de interesse do governo, como a reforma da Previdência e o pacote de medidas de combate ao crime organizado e à corrupção.
No caso da reforma da Previdência, que será enviada ao Congresso por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC), o governo precisará de ao menos 308 votos, em um universo de 513 deputados.
Ao chegar para o encontro com Onyx, no Palácio do Planalto, Vitor Hugo afirmou a jornalistas que o ministro é um parlamentar “experiente” e pode lhe dar orientações. A Casa Civil responde pela articulação do Planalto junto ao Congresso.
“Vamos conversar sobre articulação política, novo momento de estabelecimento, criação e construção da base do governo. Então, nada melhor do que conversar com o chefe da Casa Civil, e alguém que é um parlamentar experiente, que tem condições de nos orientar”, disse o deputado.
Vitor Hugo explicou que o encontro não deve tratar de projetos específicos, como a reforma da Previdência.
“Neste momento, é mais realmente uma articulação no nível mais genérico, da construção da base”, declarou.
Críticas de aliados
Na semana passada, parlamentares criticaram os termos usados pela assessoria de Vitor Hugo em um convite para um encontro sobre reforma da Previdência.
Em uma mensagem via celular, o convite se referia aos líderes da Câmara como aqueles de “apoio consistente” e de “apoio condicionado”. Diante da má repercussão, a reunião de terça teve baixo comparecimento.
“Se eu quero convidar você para a minha casa, eu ligo para você e digo: ‘Ei, vamos na minha casa?’ Os parlamentares, que são parlamentares experientes, sensíveis, extremamente sensíveis, e todo mundo gosta de ser respeitado”, comentou o deputado Delegado Waldir (GO), líder do PSL.
Vitor Hugo explicou as expressões “apoio consistente” e “apoio condicionado” são termos usados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Ele admitiu que sua assessora errou ao se referir à base dessa maneira.
Também na semana passada, Vitor Hugo afirmou que governo, ao negociar com a base, vai dialogar com os partidos e não com bancadas temáticas.
O aceno tenta desfazer o mal-estar criado com partidos após a eleição do ano passado, quando Bolsonaro afirmou que negociaria no Congresso com bancadas temáticas, a exemplo da evangélica e ruralista, em vez de tratar com os partidos.