Instalada nesta última quinta-feira (25) no Congresso Nacional, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos do dia 8 de janeiro já conta segundo Luísa Marzullo, do O Globo, com 137 requerimentos protocolados. Entre base governista e oposição, os pedidos solicitam desde imagens dos edifícios das sedes dos Três Poderes até o depoimento de possíveis envolvidos. Os requerimentos serão votados na próxima semana.
A base do presidente Lula (PT) solicita a presença do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, que esteve preso por três meses por suspeita de omissão durante os atos. Os congressistas irão explorar a narrativa de Torres teria viajado para os Estados Unidos por ter tomado conhecimento de que as manifestações iriam ocorrer.
Os parlamentares também querem ouvir o general Júlio César Arruda, ex-comandante do Exército e os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o ex-ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Cid está preso por suspeita de ter participado de um esquema de falsificação de comprovantes de vacinação.
A convocação de Bolsonaro ainda não foi realizada. Como publicou o jornal O Globo, a intenção é que o ex-mandatário seja chamado mais para frente, já com um avanço da CPMI. A ala governista escolherá o melhor momento para evitar uma possível vitimização. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também deve entrar na lista.
Os aliados do ex-presidente querem ouvir os ministros em exercício na data Flávio Dino (Justiça) e Gonçalves Dias (GSI).GDias pediu exoneração do cargo após a divulgação de vídeos que mostraram a sua atuação no dia 8 de janeiro no interior do Palácio do Planalto. Nas imagens, ele circula pelo edifício com comportamento que foi considerado pela Presidência como “excessivamente passivo” diante dos golpistas. Além de cinco requerimentos pedirem seu depoimento, há um pedido de quebra de sigilo telefônico e telemático.
Para além do escopo político, autoridades da Polícia Militar da capital também são convocadas. Entre elas, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, responsável pelo Departamento Operacional da PM/DF, para prestar depoimento perante esta CPMI.
Entre os manifestantes, está Antônio Cláudio Alves, identificado pela Polícia Federal (PF) como o homem que quebrou o relógio de Dom João VI, exposto no Planalto. Atualmente, Alves está preso em decorrência da Operação Lava-Jato.