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domingo 27 de novembro de 2022 às 14:52h

Eleitos sem verba de partido para casas legislativas são apenas 8%

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Dos 1.572 deputados estaduais, distritais e federais eleitos no pleito deste ano para o mandato que começa em 2023, apenas 127 segundo reportagem de Luísa Marzullo , do O Globo, não receberam financiamento público — fundo partidário e eleitoral. O dado representa 8% dos candidatos que obtiveram sucesso nas eleições e foram obtidos a partir da prestação de contas apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na esfera federal, 13 futuros parlamentares venceram nas urnas sem o apoio financeiro das siglas. Entre eles, destacam-se nomes já conhecidos pelos eleitores, mas que são declaradamente contrários ao financiamento público; caso de Kim Kataguiri (União-SP), do bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) e dos deputados federais reeleitos do partido Novo, Adriana Ventura, Marcel Van Hattem e Gilson Marques.

A campanha de Gayer, por exemplo, custou pouco mais de R$ 122 mil. A maior parte do dinheiro veio de vaquinha eleitoral (R$ 69 mil) e autofinanciamento (R$ 40 mil). Já a de Kataguiri ultrapassou R$ 1,6 milhão, sendo mais de R$ 1 milhão de doação privada.

Para as assembleias legislativas espalhadas por todo o país, 112 deputados estaduais não receberam recursos públicos. Chamam a atenção as Casas dos estados de Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Norte, com dez representantes cada. Nesses estados, destacam-se os parlamentares do MDB (8), PSB (6) e PSDB (6), respectivamente, embora as três siglas tenham recebido fatias generosas do financiamento público.

Apesar de não terem tido dinheiro dos partidos, as campanhas receberam verba via doadores, vaquinha eleitoral ou autofinanciamento. No cenário nacional, 29% de todos os candidatos deste pleito não receberam financiamento público; desse universo, 96,4% não foram eleitos.

— Muitas candidaturas não têm recursos financeiros disponíveis para se autofinanciar e não são nomes que atraem investimento privado. Sem receber uma parcela do fundo eleitoral, elas não colocam a campanha nas ruas e, logo, não conquistam votos — explica a cientista política Michelle Fernandez, da Universidade de Brasília.

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