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quarta-feira 24 de agosto de 2022 às 14:51h

Eleições: como e por que a economia marca as propostas e o debate eleitoral

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Os brasileiros têm vivenciado períodos de crise inflacionária e recessão econômica com muita frequência, e por esse motivo o tema economia tem estado tão presente nas campanhas políticas. E, atualmente, não há mais divisão de classes quando o assunto é política e economia. Essa é a opinião do coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed El Khatib.

Segundo o professor, a distância que separa partidos relevantes de esquerda e de direita no Brasil (considerando que esses dois polos têm reais chances de vitória em 2022) tem raízes numa distribuição de renda altamente desigual e num passado recente de ditadura e luta armada.

“Quando esses partidos vencem eleições e passam a governar, boa parte dos eleitores prestará mais atenção nos avanços de suas agendas políticas do que em mudanças na situação econômica do País, ainda que o desempenho econômico possa continuar sendo um parâmetro de avaliação importante”, acrescenta.

Em geral, um governo de esquerda será chamado a prestar contas sobre suas políticas de combate à pobreza, enquanto os de direita serão avaliados pelo seu desempenho na área da segurança pública, privatizações e políticas mais liberais. Por essa razão e considerando o atual contexto político brasileiro (disputa entre esquerda e direita), os partidos e as atuais campanhas rivalizam com o desempenho econômico na cabeça do eleitor quando este avalia o retrospecto de atuação de cada governo.

Ao contrário das eleições de 2018, na qual demandas como combate à corrupção, segurança pública, Operação Lava-Jato e busca pela “nova política” ou “terceira via” nortearam o cenário, em 2022 o principal foco, de fato, será a economia.

“O que as pesquisas que lidam com as aflições dos brasileiros vêm mostrando é que a pobreza e o emprego se tornaram as principais preocupações, e isso vai guiar a escolha do eleitor. Isso se deve em função do cenário econômico fragilizado, com altas taxas de desemprego, inflação nas alturas e aumento da pobreza e da fome no Brasil. O principal problema do país indicado pelos cidadãos está na economia. Portanto, o tema deve dar o tom das eleições deste ano. A inflação, desemprego e crescimento da renda do brasileiro devem ser os temas dominantes dos debates”.

O professor diz que existem muitos problemas estruturantes no Brasil e as classes mais baixas estão bastante atentas às questões econômicas. A ampliação permanente de benefícios sociais não será suficiente para garantir o enxugamento das classes mais pobres no curto prazo e as condições do mercado de trabalho devem seguir deterioradas.

Já a classe social brasileira mais favorecida (os mais ricos), normalmente é dependente da remuneração de aplicações financeiras, ela deve ser beneficiada pelo ajuste da política monetária, com o aumento na Selic, atualmente em 13,75% e com sinais de aumento para as próximas reuniões do Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central (Copom). Portanto, ambas as classes estarão engajadas para a manutenção de suas necessidades e/ou interesses.

O coordenador afirma que o principal problema econômico atual do Brasil, sem dúvida nenhuma, é a inflação. Por isso, os atuais candidatos deverão apresentar qual serão as linhas de conduta e as ações que o novo governo pretende implantar para endereçar não só esse principal problema, mas também o déficit público, crescimento econômico, corrupção, insegurança, taxa de juros e outros).

“Além disso, existem problemas subjacentes ou microeconômicos, como melhoria da eficiência, ambiente produtivo e social que não devem ficar fora da agenda das eleições ou de eventual reeleição. Quem puder ‘garantir’ uma agenda positiva nesses assuntos poderá ter uma vantagem na corrida eleitoral, apesar de acreditar que os efeitos de uma eventual recuperação econômica não serão percebidos em 2023, talvez de 2025 em diante”, finaliza.

Sobre a FECAP

A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em Educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade no Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos e livres.
Diversos indicadores de desempenho comprovam a qualidade do ensino da FECAP: nota 5 (máxima) no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e no Guia da Faculdade Estadão Quero Educação 2021, e o reconhecimento como melhor centro universitário do Estado de São Paulo segundo o Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, a FECAP está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.

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