A eleição para o comando da Câmara neste sábado, dia 1º, gerou um embate entre ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após Hugo Motta (Republicanos-PB) confirmar o favoritismo e vencer a sucessão para a presidência da Casa em primeiro turno, com 444 votos, os deputados federais Mário Frias (PL-SP) e Ricardo Salles (Novo-SP) protagonizaram um embate no X (antigo Twitter). Frias e Salles integraram o primeiro escalão do governo Bolsonaro como titulares das pastas de Cultura e Meio Ambiente, respectivamente.
Salles celebrou a votação obtida por seu colega de bancada, Marcel van Hattem (RS), que concorreu ao comando da Casa e obteve 31 votos. A candidatura do parlamentar gaúcho foi criticada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acusou Van Hattem de se valer do eleitorado bolsonarista, mas divergir das orientações do grupo político do ex-presidente.
Ao celebrar os votos do correligionário, Salles afirmou que a votação de Van Hattem era “reduzida, porém honrosa”. O gaúcho, em resposta ao colega paulista, disse que os votos do Novo “explodirão em 2026”. Mário Frias, então, alegou que a declaração de Van Hattem foi a admissão de que a bancada do Partido Novo montou um “teatro” com o intuito de angariar votos em 2026, às custas de “desgastar” Jair Bolsonaro.
“Não há, nem nunca houve, intenção de desgastar Bolsonaro em nada. Muito pelo contrário. Estamos tendo a postura que o próprio Bolsonaro sempre adotou enquanto foi deputado federal”, disse Salles, em resposta a Frias. “Pare de criar essa falsa ideia de que tudo que é defesa das posturas corretas servem como cortina de fumaça para desgastar o Bolsonaro”.
O ex-secretário de Cultura pediu para o ex-ministro do Meio Ambiente “ser honesto”. “Ao menos tenha coragem de ser honesto e direto. Não me trate como um idiota, tenha o mínimo de hombridade, já que, até agora, isso lhe falta, ao menos seja homem o suficiente para assumir o que está fazendo”, rebateu Frias.
Ao Estadão, Salles afirmou ter conversado e se resolvido com Frias. O ex-secretário de Cultura foi procurado pela reportagem, mas não respondeu