Com a nova legislação eleitoral, prevê-se 1 milhão de candidatos nas eleições municipais de 2020. Caso se confirme a projeção, seria mais que o dobro em relação à eleição passada.
Segundo publicou Rudá Ricci, o que parece importante destacar é que, todos os anos de eleição municipal há mudança na lei eleitoral. O resultado que aparenta é mais poder aos grandes partidos, mesmo que o discurso seja outro.
A mudança real que nunca surge seria a que aumentasse o poder do eleitor. Algo como recall (ou revogação do mandato eletivo) onde, na metade do mandato de qualquer eleito, um percentual de eleitores pode contestar seu desempenho e o tribunal eleitoral é obrigado a convocar uma confirmação. Se o mandato for rejeitado, o eleito perde o mandato sem poder recuperar o posto. Se o mandato for confirmado, os eleitores que pleitearam o recall pagam os custos deste processo, descontado automaticamente em seu imposto de renda. O recall existe na Califórnia. Em 2003, o governador Gray Davis foi removido por esta lei e a nova eleição. Arnold Schwarzenegger acabou se elegendo naquele pleito.
Mas há outras alternativas, como o “veto popular”, quando um projeto votado em qualquer parlamento desagrada os eleitores. O veto dá condições para um percentual de eleitores de um território vetar a aprovação daquela lei.
Há, ainda, a possibilidade de limitarmos mais de uma reeleição para qualquer posto público ou o veto a candidatos parentes.
Há inúmeras alternativas para aumentar o poder do eleitor. Mas, as maquiagens que são aprovadas para o período eleitoral seguinte não visam a democratização.
Por Rudá Ricci