O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (8), em discurso à militância do PT, que as eleições municipais de 2024 vão repetir, mais uma vez, a polarização entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que os nomes do partido não podem aceitar “provocação” nem ficar “com medo”. Além disso, Lula reconheceu que seu partido precisa “aprender” a falar com os evangélicos, segmento do eleitorado que costuma ter resistência às pautas petistas.
O discurso foi feito em conferência do PT realizada hoje em Brasília. Diante de uma plateia formada basicamente por militantes da legenda e possíveis candidatos da sigla, Lula disse que o partido precisa se preparar para enfrentar de novo o bolsonarismo.
“A gente não pode deixar de discutir a questão da política. Não sei se essa eleição será municipalizada, estadualizada ou federalizada, mas eu, sinceramente, acho que essa eleição vai acontecer, vai ser outra vez, Lula e Bolsonaro disputando nos municípios”, disse.
“E vocês sabem que não podem aceitar provocação, ficar com medo, ficar com vergonha, enfiar o rabo entre as pernas. A gente vai ter que mostrar que quer exercitar a democracia com eleições mais competitivas o possível, mas a gente não vai ter medo de ninguém. Único medo que a gente tem que ter é trair a esperança do povo, trair a expectativa que o povo brasileiro tem no PT e nos nossos candidatos”, complementou.
Neste sentido, Lula reconheceu que o PT ainda tem dificuldades de se aproximar do eleitorado evangélico, que tradicionalmente costuma se identificar mais com candidatos conservadores. Sobre isso, o presidente pediu que os candidatos do partido não deixem de conversar com pastores e fiéis das denominações evangélicas.
“Como é que a gente vai chegar nos evangélicos, companheira Benedita? Se fosse fácil, colocava você que é a mais linda evangélica desse país pra resolver os problemas, mas não é você”, disse ao citar a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), presente no evento.
“Não é individualmente, não é um problema de uma pessoa. É a narrativa que temos que aprender para conversar com essa gente. Que é gente trabalhadora, gente de bem, gente que muitas vezes agradece a igreja de ter tirado o marido da cachaça para cuidar da família”, explicou.