Irmã de Francisco Wanderley Luiz, morto na quarta-feira (13) após explodir uma bomba junto ao seu corpo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Maria Irlete Luiz afirmou ao jornal O Globo, que ele deixou sua cidade, Rio do Sul (SC), há cerca de dois meses dizendo que iria fazer uma viagem a passeio.
— Ainda não me caiu a ficha, fomos pegos de surpresa. Eu não queria acreditar que meu irmão morreu — disse ela.
Maria Irlete conta que o irmão mandava mensagens com frequência para informar sua localização.
— Ele só foi a passeio, meu deus. Ele mandava mensagens para mim dizendo que estava no Chile, depois foi para Minas e depois Brasília. Mas disse que foi à passeio — completou.
Francisco Luiz morreu nesta quarta-feira após detonar artefatos explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes.
Em depoimento à Polícia Civil, um vigilante do STF relatou ter presenciado o momento em que o homem explode as bombas no local. Nataniel Camelo afirma que Wanderley se aproximou e ficou parado em frente na estátua da Justiça.
“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz trecho do Boletim de Ocorrência.
Ainda segundo o depoimento, o vigilante visualizou um objeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. O segurança relatou que estava sozinho quando o homem se aproximou. As explosões na Câmara e no STF ocorreram em momentos bem próximos.
“O indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, afirma o BO.