O empresário Eike Batista foi condenado a oito anos de reclusão pela manipulação do mercado de capitais com informações falsas em avisos sobre os poços concedidos à OGX.
A juíza Rosália Monteiro Figueira considerou na terça-feira (9) procedente a acusação do Ministério Público Federal segundo a qual Eike e outros dois ex-executivos da OGX divulgaram a expectativa de produção de bilhões de barris em três campos que eles já sabiam serem inviáveis de explorar.
Os executivos já sabiam da inviabilidade dos campos do pré-sal Vesúvio, Pipeline e Fortaleza desde setembro de 2009, mas divulgaram fatos relevantes ao mercado omitindo essas informações após essa data. O fracasso na exploração dos campos só foi divulgado em 2013.
“Fato que ficou comprovado nos autos, e salta aos olhos é que, no presente caso, não houve o emprego apenas de estimativas “otimistas”, mas sim ardil, em detrimento do mercado de capitais. Os acusados omitiram de forma dolosa ao público investidor os riscos e as incertezas das suas ‘descobertas’”, escreveu a magistrada.
Também foram condenados Paulo Mendonça, ex-diretor de Exploração e Produção da OGX, e Marcelo Torres, ex-diretor de relações com investidores da OGX. Todos os três sentenciados poderão recorrer em liberdade.
Procurada, a defesa do empresário não quis se pronunciar.