O vereador teve sua trajetória enaltecida durante as comemorações do TRE para o Dia da Consciência Negra
O jurista, professor e vereador Edvaldo Brito (PSD) foi uma das três personalidades homenageadas, nesta última segunda-feira (18), na solenidade Tributo a Mandela, no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Brito recebeu a Medalha do Mérito Acadêmico Eleitoral Ministro Francisco Peçanha Martins pelos seus mais de 60 anos em sala de aula ensinando Direito e exemplo à sociedade.
No discurso, o vereador destacou a sua origem humilde, as dificuldades para estudar e a necessidade de políticas afirmativas para que os negros possam ascender socialmente. Chamou a atenção para a cultura baiana, que “enaltece a negritude na literatura, na música e nas demais artes quando o interesse é ganhar dinheiro, mas no dia a dia a realidade é cruel, com muita discriminação e negação”.
O parlamentar recordou que nos primeiros concursos dos quais participou na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Universidade São Paulo (USP), conquistou as maiores notas, e, no entanto, foi preterido por ser negro. Destacou também a sua luta para a valorização e o reconhecimento das religiões de matriz africana e relembrou o encontro com Nelson Mandela no Palácio do Planalto, em 1998.
“Foi o sonho de uma lavadeira de roupas que me fez chegar até aqui, a estar nesta mesa, nesta solenidade ao lado de tantos ilustres que também defendem a promoção da igualdade racial, como o ministro Ricardo Lewandowski, que teve um voto exemplar na relatoria das ações que contestavam as cotas raciais, e o professor de Harvard, Mark Tushnet, um especialista em políticas afirmativas, meus colegas nesta homenagem”, concluiu Brito, que foi aplaudido de pé.