Dentro do processo de empoderamento feminino, as mulheres estão gerindo o seu dinheiro de maneira mais eficiente. De acordo com o levantamento feito pelas pesquisadoras Renata Piacentini Rodriguez (UNIFAL) e Mariana Ribeiro (IEB-USP) em parceria com a ONU Mulheres, três em cada dez mulheres pagam todas as despesas de casa sozinhas (28,6%). As informações são da revista IstoÉ Dinheiro.
Isso mostra que as mulheres são, geralmente, as maiores gestoras de renda familiar, mas isso não se reflete em cursos de educação financeira, por exemplo. A economista e Head of Investor Relations da Norte Ventures, fundo de investimentos brasileiro, Juliana Hadad, elencou cinco dicas sobre o tema. Confira a seguir:
- Analise seus gastos: é importante mapear todos os seus gastos durante um mês, isso pode ser feito através de aplicativos ou a mão. Uma vez mapeados, verifique seus hábitos, quanto é gasto com aluguel e contas? Quanto é gasto com supérfluos?
- Defina metas realistas: dado que seus gastos foram mapeados, defina metas de curto, médio e longo prazo. “No curto prazo, não é necessário cortar 100% de gastos supérfluos, por exemplo. Tente em um primeiro momento reduzir apenas 5%-10% dos gastos de cada categoria. Com metas pequenas, porém atingíveis, você terá uma gratificação enorme sempre que alcançar os objetivos”, explica Juliana. Segundo a especialista, metas de médio prazo devem ser inspiradoras, como a viagem dos sonhos. Já a meta de longo prazo deve ser relacionada à sua independência financeira.
- Poupe: na análise de gastos, Juliana indica que você busque formas mais baratas de obter os itens de cada categoria. Se o principal gasto for comida, por exemplo, pesquise os preços e marcas que consome, e opte pelo mais barato
- Invista de forma inteligente: a especialista destaca que o melhor investimento não é aquele que rende x% ao mês, mas em si mesmo. “Se você investir R$ 1 mil em um curso, pode eventualmente ter um aumento de salário muito maior do que ganharia com o dinheiro no banco”, explica.
- Exercício diário: “educação financeira é igual dieta, mudança dos hábitos vem com o tempo e exercício diário, não soluções milagrosas”, completa Juliana.
Investimento em Femtechs
Juliana Hadad assumiu recentemente como a nova Head of Investor Relations da Norte Ventures. Em seu trabalho, ela quer impulsionar as “femtechs”, startups criadas para melhorar a vida e a saúde feminina.
Formada em Política e Economia na New York University, em Nova York, nos Estados Unidos, Juliana possui extenso currículo como investidora anjo. Além disso, a executiva é cofundadora da DinDin, ao lado de Stephanie Fleury, uma das poucas fintechs com uma CEO mulher, vendida ano passado para o Bradesco.
“Quem fala que não passou por dificuldades na carreira, pelo simples fato de ser mulher, ou está mentindo deliberadamente, ou não tem conhecimento real. É muito difícil ser mulher no mercado de trabalho. No meio da tecnologia então, nós nos sentimos muito sozinhas, já que somos minoria”, completa Juliana.