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segunda-feira 3 de junho de 2024 às 14:57h

Eduardo Paes articula chapa pura e deixa PT de lado na disputa no Rio

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A quatro meses das eleições municipais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), mantém a ideia de concorrer com uma chapa pura – isto é, tendo como vice um aliado próximo do mesmo partido. Essa decisão põe de lado, pelo menos por enquanto, os planos do PT de vir a ocupar espaço na chapa, diz Camila Zarur, do jornal Valor.

É um caminho oposto ao qual seu principal adversário na corrida, o deputado federal bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ), tenta trilhar. O parlamentar negocia ter vice do MDB ou do União Brasil para unificar uma candidatura de direita.

Apontado como favorito à reeleição, Paes deve escolher alguém de seu núcleo político mais próximo para companheiro de chapa. Há duas razões. A primeira é a avaliação positiva da administração de Paes, o que, na visão de aliados, o fortalece na corrida e faz com que não seja necessário compor com terceiros para aumentar a popularidade do atual prefeito.

É uma situação diferente da vivida por Paes em 2020, quando não tinha a mesma força para disputar contra Marcelo Crivella (Republicanos), o então o prefeito. O bispo havia derrotado o pupilo de Paes, Pedro Paulo, na eleição anterior, de 2016.

Ainda em 2020, Paes concorreu em um pleito mais pulverizado do que agora e vinha de uma derrota na corrida ao governo estadual de 2018, quando perdeu para o ex-governador Wilson Witzel. Naquela conjuntura, dizem fontes do entorno do prefeito, era necessária uma composição mista na chapa.

O segundo motivo para apostar em um aliado do próprio partido é deixar o caminho livre para uma eventual candidatura ao Palácio Guanabara, daqui a dois anos. Está nos planos uma terceira disputa para governador do Rio; ele concorreu em 2018 e em 2006, sem sucesso. Por isso, quer ter na capital fluminense alguém de sua confiança para manter a influência na cidade na campanha de 2026.

Segundo o entorno de Paes, o nome mais provável para vice é do próprio Pedro Paulo, mas há outras cartas na manga do chefe do Palácio da Cidade caso, por algum motivo, não consiga indicar seu braço direito. As opções são os secretários Eduardo Cavalieri, da Casa Civil, e Guilherme Schleder, de Esporte, ou o presidente da Câmara Municipal do Rio, Carlo Caiado.

Na quinta-feira, 6 de junho, Cavalieri e Schleder devem deixar os postos no Executivo carioca para ficarem livres, perante a Justiça eleitoral, para uma eventual indicação à chapa de Paes. No calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), secretários municipais devem se desincompatibilizar quatro meses antes da eleição caso queiram disputar um cargo executivo.

Paes, porém, deve adiar ao máximo a escolha do vice e só deverá bater o martelo durante o período das convenções partidárias, previstas entre 20 de julho e 5 de agosto. Nesse sentido, repetirá o que fez em 2020, quando escolheu Nilton Caldeira (PL), atual vice-prefeito, faltando dois dias para o fim das convenções.

O PT esperava indicar o vice de Paes, mas essa perspectiva está cada vez menor entre os petistas. Os possíveis nomes para o posto são do secretário municipal de Assistência Social, Adilson Pires, e do secretário de Assuntos Federativos do Ministério das Relações Institucionais, André Ceciliano. Os dois também vão ter que deixar os cargos se quiserem manter a possibilidade de serem escolhidos por Paes.

De acordo com fontes próximas à articulação entre o prefeito e o PT, é dado como certo que Paes não abrirá espaço em sua chapa para um petista. À vista disso, uma ala do partido já indicou que não apoiará o postulante à reeleição. Liderados pelo deputado federal Lindbergh Farias, eles devem endossar o também deputado federal Tarcísio Motta (Psol).

Não ter o PT na chapa de Paes não é visto como um grande problema pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na visão de líderes nacionais petistas, a prioridade para o mandatário no Rio é ter um palanque forte em 2026 para sua reeleição. Para isso, é melhor manter uma boa relação com Paes do que colocar “uma faca no pescoço” do aliado.

Tarcísio só vai definir seu companheiro de chapa depois que Paes escolher o seu, segundo aliados do parlamentar, para não limitar suas articulações. Há uma esperança de que, com uma recusa oficial do prefeito ao PT, outros partidos de esquerda que hoje estão no palanque do alcaide migrem para o lado de Tarcísio. É o caso, por exemplo, do PSB e PDT.

Líderes do Psol, no entanto, admitem que esse é um cenário improvável e já buscam um plano B. O mais provável é uma solução caseira com a deputada estadual Renata Souza (Psol).

O postulante do PP, deputado federal Marcelo Queiroz, também pode sair com uma chapa puro-sangue. O parlamentar se equilibra na disputa como o candidato “nem-nem”, nem bolsonarista nem lulista, e tenta uma composição com a federação do PSDB e Cidadania. A sigla tucana, porém, passa por um longo processo de reestruturação, o que pode atrapalhar os planos do pré-candidato. Se isso acontecer, ele admite que deve escolher alguém do próprio partido como vice.

Já do lado bolsonarista, o PL tenta atrair o União Brasil e o MDB para compor com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL). As duas siglas, no entanto, já indicaram pré-candidatos: os deputados estadual Rodrigo Amorim e federal Otoni de Paula, respectivamente. Caso as conversas não avancem e os bolsonaristas não consigam compor com nenhuma sigla, uma possibilidade forte é fechar uma chapa entre Ramagem e sua colega de bancada Chris Tonietto, nome defendido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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