quinta-feira 21 de novembro de 2024
Foto: Daniel Ramalho - 6.dez.2023/AFP
Home / ELEIÇÕES 2024 / Eduardo Paes acena à direita, nacionaliza busca por aliados e adia escolha de vice no Rio
quarta-feira 27 de dezembro de 2023 às 06:31h

Eduardo Paes acena à direita, nacionaliza busca por aliados e adia escolha de vice no Rio

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), inicia o ano em que busca a reeleição acenando com bandeiras da direita, apostando em dirigentes nacionais para ampliar sua aliança, mas evitando a nacionalização da campanha.

Paes busca evitar ter como principal aliado apenas o PT e tenta atrair siglas do centrão para aumentar seu tempo de TV e arco de alianças, informa Italo Nogueira, da Folhapress. A vaga de vice na chapa, cobiçada em razão da possível saída para a disputa do governo estadual em 2026, será decidida na última hora sob influência do cenário eleitoral.

Desde a definição do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), Paes tem buscado acenar ao eleitorado com bandeiras envolvendo segurança pública e ordem pública, ligadas à direita.

Sem um contexto claro, determinou publicamente no fim de novembro o retorno da internação involuntária de usuários de drogas.

“Não é mais admissível que diferentes áreas de nossa cidade fiquem com pessoas nas ruas que não aceitam qualquer tipo de acolhimento e que mesmo abordadas em diferentes oportunidades pelas equipes da prefeitura e autoridades policiais, acabem cometendo crimes”, escreveu o prefeito no X, antigo Twitter.

No último dia 15, criticou a decisão da Justiça que impediu a apreensão de menores de idade sem um delito flagrante ou ordem judicial durante a Operação Verão, de reforço do policiamento na orla da cidade. O governador Cláudio Castro (PL-RJ) se queixou publicamente da medida e foi acompanhado por Paes.

“Esse é um trabalho preventivo em que a Secretaria de Ordem Pública e a Secretaria de Assistência Social, sob o comando dessa última, auxiliam as forças policiais na prevenção a crimes que ameaçam a sociedade. Trabalho em conjunto e responsável. Fica difícil cumprir com nossas obrigações sem que se possa agir. Resultado são as cenas que assustam a sociedade e cerceiam nosso direito de ir e vir. Vamos recorrer”, escreveu ele.

A escolha de Ramagem como pré-candidato bolsonarista no Rio de Janeiro também ameaçou as alianças políticas regionais que Paes vinha construindo ao longo de sua gestão.

O prefeito abriu espaço para a União Brasil na prefeitura a fim de aproximar o partido de seu projeto. A sigla, porém, deve mudar de comando no Rio de Janeiro para as mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, que deixou o PL.

Bacellar foi um dos convidados do almoço em que o Cláudio Castro cobrou fidelidade aos aliados em torno da pré-candidatura de Ramagem.

O presidente da Assembleia tem garantido que os filiados à União Brasil deixarão a estrutura da prefeitura após o Carnaval. A interlocutores tem dito almejar encontrar um nome próprio do partido para a disputa, mas não exclui o apoio ao escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bacellar descarta, porém, um apoio a Paes. O deputado também almeja se candidatar a governador em 2026 e vê o prefeito como um potencial adversário.

O prefeito aposta na boa relação que tem com o vice-presidente nacional da União Brasil, Antonio Rueda, e o secretário-geral da sigla, ACM Neto, para garantir o partido formalmente em sua coligação, ainda que sem o apoio das lideranças locais.

Paes também se escora na boa relação com o presidente Lula para não ceder a vice para o PT. Dirigentes do Rio de Janeiro da sigla têm pressionado o prefeito a entregar a vaga a um membro do partido. Uma ala minoritária ameaça embarcar na pré-candidatura do deputado Tarcísio Motta (PSOL). O prefeito, porém, resiste para que sua candidatura não seja lida como do campo da esquerda.

A preocupação de Paes se deve ao eleitorado com perfil bolsonarista na cidade. A capital fluminense deu 52,7% dos votos válidos a Bolsonaro contra 47,3% a Lula no segundo turno da eleição em 2022.

O desejo do prefeito é colocar alguém de seu grupo político na vice, já que não descarta a possibilidade de deixar o cargo em 2026 para disputar o governo estadual. O preferido é o deputado Pedro Paulo (PSD), mas também são opções os secretários Eduardo Caveliere, Daniel Soranz, Guilherme Schleder e Felipe Santa Cruz, e o presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado, todos também do PSD.

Contudo, Paes tem deixado o posto como última cartada para atrair uma sigla atualmente mais distante de seu projeto, caso o cenário eleitoral lhe pareça mais adverso.

Apesar da nacionalização da negociação, o prefeito não pretende replicar no Rio de Janeiro o embate ideológico nacional. Além de prejudicial, em razão da maioria bolsonarista do eleitorado, a intenção é que o pleito se torne um debate sobre a gestão municipal.

A aposta é a de que Ramagem ficará fragilizado em razão de sua inexperiência no Executivo e na política, em que estreou em 2022 ao se candidatar pela primeira vez.

O prefeito também usará como “espantalho eleitoral” a gestão rejeitada pelos cariocas de Marcelo Crivella (Republicanos), que também não tinha experiência no comando de uma cidade. A referência, porém, deverá ser sutil e indireta, já que o partido do ex-prefeito deve fazer parte de sua coligação.

Veja também

Bolsas da Europa operam em baixa após Rússia disparar poderoso míssil contra Ucrânia

As bolsas da Europa apresentaram instabilidade na primeira etapa do pregão desta quinta-feira (21), mas …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!