Começou na noite da última quarta (26), em São Paulo, em um jantar para cerca de 20 prefeitos paulistas, a estratégia do presidente do PSDB, Eduardo Leite (PSDB-RS), de tentar segundo a colunista Mariana Carneiro, do Estadão, conter a debandada do partido. O gaúcho quer convencer os tucanos de que a sigla precisa construir uma identidade, como já teve nos anos 1990, para não desaparecer. O PSDB teve como marca a gestão e a formulação de políticas públicas, hoje não tem cara, segundo diagnóstico dos próprios tucanos. Em maio e em junho, Leite fará conversas com prefeitos e líderes pelo País para conformar o que deve ser a nova imagem do PSDB. Em setembro, começam as convenções para os diretórios regionais sob espírito dessa mudança.
“Se um prefeito sai do PSDB, a oposição pode ter interesse em entrar. Vamos enfrentar o esvaziamento com ideias”, diz o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), que minimiza a perda de tucanos em SP. “Rodrigo Garcia apostou na conquista numérica de prefeitos, e isso não fez diferença na eleição.”
O PSDB tem só 14 deputados federais e, por isso, um naco menor do fundo eleitoral. Siglas maiores, como PSD e MDB, têm atraído tucanos com a promessa de recursos na eleição de 2024. A previsão é que o pleito seja marcado pelo encolhimento do PSDB, mas tucanos têm a esperança de voltar em 2026.
O jantar de Leite com prefeitos teve o dedo de Marco Vinholi, um dissidente que aos poucos se aproxima do gaúcho. Leite pediu aos mandatários um levantamento em suas regiões sobre quantos e quem são os prefeitos que estão deixando a sigla.