O deputado Eduardo Bolsonaro se reuniu neste sábado (13) com o pai, o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Eduardo Bolsonaro já tinha dito que deveria conversar com o presidente neste fim de semana, sobre a indicação do nome dele para novo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Ele esteve no palácio com mulher e saiu de carro, sem dar entrevista.
Na sexta-feira, em uma rede social, o deputado afirmou que, no Congresso, ele é apenas mais um entre os 513 deputados federais e, nos Estados Unidos, seria o Brasil no exterior. Eduardo Bolsonaro disse também que não iria a passeio, mas para trabalhar e representar o Brasil.
A possível indicação do filho do presidente para o cargo de embaixador tem enfrentado resistência de diplomatas, embaixadores e políticos.
Em nota, a Associação dos Diplomatas Brasileiros criticou a indicação. “Embora ciente das prerrogativas presidenciais na nomeação de seus representantes diplomáticos, a ADB recorda que os quadros do Itamaraty contam com profissionais de excelência, altamente qualificados para assumir quaisquer embaixadas no exterior”, diz o texto.
De acordo com a entidade, “há mais de 100 anos os diplomatas brasileiros têm a construção da imagem e do desenvolvimento do país como seu objetivo maior, pelo qual norteiam, todos os dias, o seu desempenho. Esse é o papel para o qual foram e continuam sendo diligentemente treinados e preparados”.
Uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe a nomeação de parentes em cargo de direção, chefia, cargo em comissão ou de confiança. Mas alguns ministros da corte entendem que a súmula não alcança nomeações de cargos de natureza política.
O caso é tão inédito que o corpo jurídico do Senado ainda está fazendo um estudo técnico para saber, por exemplo, se o deputado teria que renunciar ao mandato antes ou só depois de ser sabatinado.
É que se ele for mesmo escolhido pelo pai para ser o embaixador nos Estados Unidos, precisará ter o nome aprovado pelo Senado. Passará por uma sabatina e por votação na Comissão de Relações Exteriores. A palavra final será do plenário. Desde abril, o Brasil está sem embaixador em Washington.