O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez ataques nesta última quarta-feira (14) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ele aproveitou para fazer uma convocação de manifestações contra o ministro no dia 7 de Setembro. E disparou ofensas contra o o delegado da Polícia Federal Fábio Shor, que toca a investigação de inquéritos relatados por Moraes.
O parlamentar pediu a palavra na tribuna da Câmara dos Deputados e leu um discurso inflamado contra o magistrado e o delegado. Dentre as ofensas, chamou o Fábio Shor de covarde.
Ele fez referência à operação da PF deflagrada nesta quarta que mira aliados de Jair Bolsonaro (PL), entre eles os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Moraes expediu nesta semana nova ordem de prisão contra ambos, mas o mandato não pôde ser cumprido porque eles estão foragidos no exterior.
“Quando teve aqui a Vaza Jato, ficou dito que era um conluio de Sergio Moro com procuradores para condenar Lula. Agora Alexandre de Moraes não precisa sequer fazer conluio porque ele é o dono de um destacamento da Polícia Federal”, disse Bolsonaro.
Ele seguiu o discurso afirmando que, “quando a casa de Alexandre de Moraes cair, vocês virão todos a reboque”, se dirigindo a policiais federais.
Eduardo Bolsonaro também mencionou as reportagens da Folha sobre as conversas entre o gabinete do ministro e o órgão de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), à época chefiado por ele, que indicam que em vários casos os alvos de investigação era escolhidos pelo magistrado.
“A gente quer dar uma chacoalhada com o pedido de impeachment não porque a gente tem raiva de Alexandre de Moraes. Mas eu, particularmente, tenho. Eu fui selecionado por ele a dedo porque eu não jogo o jogo deles”, disse.
Parlamentares bolsonaristas se articulam com influenciadores de direita para convocar atos contra Moraes.
A estratégia surgiu ao longo do dia, em que a oposição se reuniu antes de apresentar mais um pedido de impeachment contra o magistrado. Este é o 23° do tipo.
No momento, a avaliação é a de que dificilmente a medida vá prosperar no Senado, onde precisa do aval do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No Supremo, Moraes foi defendido publicamente por seus pares, assim como pelo procurador-Geral da República, Paulo Gonet, e por integrantes do governo Lula (PT).
Enquanto Jair Bolsonaro se mantém em silêncio, os seus apoiadores convocam atos em São Paulo e em Belo Horizonte, cidade de Pacheco.