Solto desde maio, o ex-deputado federal Eduardo Cunha diz que as eleições de 2022 serão “as mais caras da história” e que, sem os recursos necessários, os candidatos vão recorrer ao financiamento ilegal, o velho caixa 2.
Segundo ele no Antagonista, o fim das coligações proporcionais “obriga os partidos a montar chapas completas, induzindo a um aumento de candidaturas” e que isso “não é possível sem financiamento.”
“Nas eleições municipais de 2020, as primeiras realizadas sem as coligações proporcionais, já houve uma pulverização dos eleitos em um número maior de partidos. Isso vai se repetir em 2022, se o modelo for mantido. Quem entende a formação de uma nominata de candidatos a deputado em um partido sabe a dificuldade de se cooptar nomes com poucas chances de eleição.”
Para Cunha, a lógica só consegue ser quebrada pela oferta de financiamento eleitoral. “Daí vem a previsível discussão: é inviável financiar as eleições de 2022 com o mesmo dinheiro das eleições de 2018, realizadas com as coligações proporcionais.“
O ex-deputado se diz contrário a qualquer financiamento público para as campanhas eleitorais. Mas alerta, que, sem o dinheiro necessário do fundão eleitoral, os candidatos vão apelar para o caixa 2.
“Alguém acha que, sem os valores efetivamente necessários para o real financiamento eleitoral, não haverá outras formas ilegais de financiamento? Alguém acha que as prestações de contas de todos os congressistas eleitos em 2018 representam os seus gastos efetivos e que não houve gastos do chamado caixa 2? Mesmo com o financiamento privado em vigor havia o caixa 2.”