Baseados em recentes pesquisas de consumo interno sobre a sucessão estadual de 2022, caciques de partidos da base aliada ao Palácio de Ondina consideram improvável conforme a coluna Satélite do Correio, derrotar o ex-prefeito ACM Neto (DEM) caso o PT aposte suas fichas na candidatura do senador Jaques Wagner. A avaliação, de acordo com líderes governistas, não se deve à larga vantagem de Neto sobre Wagner – que varia de 25 a 30 pontos percentuais, a depender da sondagem -, mas ao alto índice de rejeição atribuído ao senador em todos os últimos levantamentos encomendados por legendas alinhadas ao PT na Bahia.
Em síntese, conforme a coluna, se fosse apenas reduzir a margem para o democrata, destacam, o desafio seria menor. Tanto Wagner quanto o governador Rui Costa iniciaram a corrida para o primeiro mandato bem abaixo do oponente, Paulo Souto (DEM), mas viraram sem necessidade de segundo turno. Contudo, a rejeição do petista, que chega a quase 50% nas pesquisas internas, impõe uma barreira difícil de transpor, acham.
Embora coloquem o carisma de Jaques Wagner e a força do PT no cálculo sobre a disputa pelo governo do estado, cardeais da base classificam a rejeição atribuída ao senador como “elevada demais” para quem foi duas vezes governador, ministro e eleito para o Congresso com 4,25 milhões de votos em 2018. A análise inclui também o percentual do eleitorado que manifestou preferência pelo petista nas pesquisas feitas para esquadrinhar o panorama da sucessão, tido como muito baixo, levando-se em conta que ele possui recall consolidado. Ou seja, o que não seria problema para um nome pouco conhecido ou novo na política, é para um veterano.
Os resultados de levantamentos em mãos de lideranças governistas alimentaram a tese de que o Palácio e Ondina precisa se mover com maior rapidez no xadrez para 2022 e se debruçar sobre o valor das peças já disponíveis no tabuleiro. Do contrário, ressaltam, a janela para planos alternativos e negociações com siglas do arco petista pode se fechar antes do tempo, a reboque da máxima de que as alianças políticas seguem mais a expectativa de poder do que o poder propriamente dito.