A questão aí é levantada por Lorena Bianca Reis, de Lauro de Freitas. Ela pergunta se Bolsonaro tem chances.
Pode ser, Lorena. Ele surfa como vice-líder de todas as pesquisas até agora realizadas (e líder quando Lula sai de cena), por conta do descrédito dos políticos com a Lava Jato, mas o jogo para valer mesmo, a campanha, que tem importância grande, começa em agosto, com alguns fatores desfavoráveis a Bolsonaro.
Ele era do PSC, um partido pequeno, com dez deputados, e mudou para o PSL, menor ainda, que em 2014 elegeu apenas um deputado e agora tem nove, já que o próprio Bolsonaro levou oito. Isso quer dizer pouquíssimo tempo de televisão.
Caso Collor
Na história, o único presidente de um partideco a chegar ao Planalto foi Fernando Collor, em 1989, do pequeno PTN, que apareceu como caçador de marajás e foi turbinado pela Globo nessa linha. Bolsonaro não tem isso.
Muito pelo contrário. A articulação política com ele tem se mostrado pífia. Chegou a cogitar o general Augusto Heleno (PRP) como vice, algo já descartado, sem falar do general Mourão, sempre citado.
Ou seja, Bolsonaro, um direitista extremado, está se movendo na direção de uma proposta militar linha dura. É muito pouco para ganhar a maioria num país tão vasto e complexo como o Brasil. Bom ressalvar que ele divide com Lula o pódio da rejeição.
Por Levi Vasconcelos