Os governadores que criticaram João Doria por dar andamento ao processo de vacinação, com a imunização simbólica da enfermeira Mônica Calazans, passaram a segunda-feira repetindo em seus estados o mesmo ato promovido pelo governador paulista no domingo (17).
Doria investiu na parceria com a China, deu andamento a negociações que enfrentaram todo tipo de boicote do governo federal, incluindo as críticas aos chineses constantemente reproduzidas pelos bolsonaristas. Contra a desconfiança da maioria, soube conforme a coluna Radar da revista Veja, criar meios para o Brasil chegar nesse início de ano com uma vacina viável.
A depender do governo Bolsonaro e de seu ministro de logística na Saúde, o país começaria a vacinar contra o coronavírus apenas em março, isso se o dia D e hora H também não atrasassem, como os aviões desta segunda, que deixaram estados sem as doses da CoronaVac.
Doria, como mostra a Folha desta terça, faturou com o início da vacinação, ampliou sua popularidade e vem evoluindo para se tornar a figura que tanto mete medo nos bolsonaristas: um nome viável para 2022.
Ainda há tempo para muita coisa acontecer, mas a fala de Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, no Globo desta terça mostra como o tucano conseguiu construir um legado com a vacina. Dino destaca as “carências na diplomacia brasileira” no governo Bolsonaro que, segundo ele, vêm causando dificuldade de conseguir insumos para a vacina na China e na Índia, e vai além:
“Doria tem o mérito, pelo menos, de quebrar a inércia derivada do negacionismo do Bolsonaro. Na prática, (Bolsonaro) é forçado a agir, porque a essa altura fica bem evidente que, se dependesse do governo, a gente não teria nada. Estranho seria se fosse o Bolsonaro a vacinar a primeira pessoa”.