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sábado 16 de abril de 2022 às 10:42h

Doria deve temer convenção partidária como retaliação?

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Aliados de João Doria temem segundo Alexandre Borges e Pedro Duran, da CNN, que a troca do coordenador de campanha Bruno Araújo possa causar mais um problema dentro de casa para o pré-candidato a presidência. Uma das possibilidades temidas por fontes que conversaram reservadamente com a CNN é que Araújo, presidente do PSDB, convoque uma convenção partidária, com alguma decisão que suplantaria as prévias vencidas por Doria. Essa convenção poderia, por exemplo, definir apoio formal a outra chapa.

O encontro de três tucanos no quintal do ex-governador de São Paulo foi a gota d’água para que o pré-candidato à presidência decidisse trocar o coordenador de sua campanha. Segundo fontes ouvidas pela CNN, o almoço em uma cantina italiana reuniu o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que coordenava a campanha de Doria até esta sexta-feira (15), o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior.

O almoço foi testemunhado por tucanos que estavam em outra mesa. Eles avisaram o ex-governador de São Paulo que o pernambucano e os dois gaúchos estavam falando sobre ele em um restaurante que fica a 500 metros de onde mora, no Jardim Europa, bairro da capital paulista.

O almoço foi promovido na última quarta-feira (13/4), dois dias antes de Doria decidir trocar o coordenador de campanha. Nesta sexta (15), a equipe de comunicação do ex-governador de São Paulo disse em nota: “Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria – que venceu democraticamente as prévias do partido em novembro. Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão”.

A crise deflagrada no PSDB chegou a ponto de os envolvidos se manifestarem publicamente. O próprio Bruno Araújo comentou uma notícia sobre o assunto afirmando: “Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porque “aceitei” à época. Aliás, objetivo cumprido!”, disse Araújo.

O substituto escolhido para Bruno Araújo foi o presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, que também se manifestou sobre o assunto. “Eu, como milhões de brasileiros, ainda tenho esperança no nosso país. Minha esperança tem nome e sobrenome: João Doria. Com a total confiança que ele reúne as melhores condições para retomar o desenvolvimento do nosso país vamos em frente até a vitória”, afirmou nas redes sociais.

Quem é Marco Vinholi?

Ex-deputado estadual, Vinholi foi líder de uma bancada tucana rachada na Alesp. Com votos em cidades como Barueri, Catanduva, Rio Preto, Araraquara, Ribeirão Preto e Bauru, não conseguiu ser eleito em 2014 e assumiu como suplente em 2017, mas voltou a perder a eleição em 2018.

Embora tenha saído derrotado com pouco menos de 56 mil votos, Vinholi foi convidado para comandar uma secretaria criada pelo recém-eleito governador João Doria, a de Desenvolvimento Regional. A pasta virou uma espécie de anteparo entre Doria e os prefeitos das 645 cidades do estado e Vinholi virou uma espécie de ‘SAC’ dos prefeitos, fazendo a ponte entre o governo e os municípios.

‘Dia do sigo’

No dia 3 de abril, que ficou conhecido entre tucanos como o ‘Dia do Sigo’, Vinholi conseguiu a marca de reunir 619 prefeitos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A alcunha à data é uma alusão ao fato de Doria ter ameaçado ficar no cargo e desistir da disputa à Presidência da República, mas voltado atrás e mantido o plano presidencial.

Nessa mesma data, Bruno Araújo escreveu uma carta afirmando, como presidente do PSDB, que Doria era o candidato a presidente apoiado pelo partido. Discurso que acabou destoando da defesa que fez em conversa com empresários de que um nome da terceira via poderia se sobrepor à candidatura de João Doria.

PSDB rachado

Num movimento de tentar se manter forte dentro do partido, mas em escala nacional, Doria se aproximou do ex-governador da Bahia e ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, que foi inclusive abrigado como represantante do Palácio dos Bandeirantes em Brasília na gestão tucana. Outro trunfo na disputa interna para o lado de Doria foi o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, de quem o tucano também acabou se aproximando.

Ao romper com Bruno Araújo, Doria facilita a migração dele para o lado daqueles que pretendem dissolver a candidatura do ex-governador de São Paulo. Neste grupo figura o ex-governador de Minas Gerais, um dos estados onde o partido tem mais força, Aécio Neves. Aliados de Doria, no entanto, garantem que se Araújo decidir retaliar ele em uma possível convenção do partido, teriam delegados e votos suficientes para naufragar qualquer revanche.

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