Enquanto o PSDB negocia uma candidatura única à Presidência da República com partidos como Cidadania, MDB e União Brasil, o ex-governador João Doria se apresentou nesta segunda-feira como o representante da terceira via e fez acenos para aliados do campo de centro.
“Você está vendo a terceira via agora”, disse Doria, após ser questionado sobre como viabilizar uma candidatura que possa quebrar a polarização nacional entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, em evento do grupo Lide, que tem Doria como um dos seus fundadores, num hotel no Jardim Paulista, região nobre da capital.
No próximo dia 18 de maio, os partidos de centro devem indicar o escolhido para ser candidato ao Palácio do Planalto. Doria elogiou a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que é cotada para compor a chapa e disse que “provavelmente” Luciano Bivar, que preside o União Brasil, deve ser o indicado pela sigla para compor a aliança. “O caminho é ampliar as forças do centro democrático.”
“Uma candidatura que não deverá ser partidária. Esse é o caminho pra romper a polarização. (…) Se tivermos juízo teremos, sim, um nome pra romper a bolha”, acrescentou Doria.
Pelo PSDB, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite tenta correr por fora e entrar na disputa, ainda que tenha sido derrotado por Doria nas prévias. Apoiadores do paulista entendem que o estatuto tucano veda a participação do gaúcho e que seria uma manobra e golpe interno. Mas o grupo do gaúcho argumenta que é possível, já que os demais partidos da aliança não estão submetidos ao regramento do PSDB.
Em entrevista ao Globo nesta segunda-feira, o deputado Aécio Neves disse que o nome de Leite também está na disputa e afirmou que um gesto de uma saída honrosa de Doria poderia ser reconhecido pelo partido no futuro. Para Aécio, a alta rejeição de Doria inviabiliza a formação de chapas e palanques pelo PSDB.