Aliados de João Doria dizem que ele só aceitaria negociar uma desistência da candidatura a presidente se o PSDB se comprometer a não colocar Eduardo Leite em seu lugar na disputa pelo Planalto. Essa restrição ao ex-governador do Rio Grande do Sul explicaria o gesto que Doria fez nesta quinta-feira (28) em direção à Simone Tebet (MDB).
Em sabatina promovida pelo portal UOL e pela Folha, o ex-governador tucano de São Paulo disse que aceitaria ser vice de Simone Tebet em uma chapa para unir o centro contra Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ou seja, seria uma maneira de fechar a porta para a candidatura Leite, derrotado por Doria nas prévias do PSDB.
Segundo interlocutores de Doria, ele entende que a simples substituição de um nome pelo outro no PSDB seria ruim para sua imagem porque significaria uma derrota pessoal, além de desgastar o partido por desrespeitar (e inverter) o resultado das prévias. O ex-governador de São Paulo trava uma guerra interna com o grupo reunido em torno do deputado federal Aécio Neves (MG), favorável à substituição de Doria por Leite.
Também na sabatina, Doria fez elogios ao ex-presidente Lula, sinalizando que integrar uma frente ampla contra Bolsonaro também pode ser uma saída honrosa para ele da pré-campanha. Doria afirmou, porém, que apesar dos diálogos com outros partidos, mantém firme sua pré-candidatura ao Planalto.