O dono da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho, disse em acordo de delação premiada à Polícia Federal que pagou propina em obras superfaturadas nos aeroportos de Brasília e Natal. Segundo informações do jornal o Globo, o acordo já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No acordo, ele denunciou dois episódios envolvendo aeroportos. Segundo o empresário, a Engevix tinha direito a uma linha de financiamento do BNDES para a reforma do aeroporto de Brasília em 2014. Os recursos seriam repassados pela Caixa, mas dois lobistas ligados ao banco e ao MDB o procurarm cobrando propina em troca da liberação do dinheiro.
O delator afirmou que os lobistas não deixaram claro quem receberia a propina, mas disseram ter influência junto a Gilberto Occhi, vice-presidente da Caixa até o início de 2014. O dono da Engevix aceitou pagar R$ 480 mil e em seguida o financiamento foi liberado.
Sobrinho delatou ainda a cobrança de propina na construção da área de tanques de combustível nos aeroportos de Brasília e Natal. A obra foi paga por um contrato entre a Engevix e empresas do setor de combustíveis. Operadoras da BR Distribuidora, que liderava o grupo, teriam então procurado o empresário para superfaturar as obras e haver margem destinada ao pagamento de propina a agentes públicos.
Ainda segundo o jornal o Globo, os contratos da Engevix foram de R$ 34 milhões para o aeroporto de Brasília e R$ 7 milhões para o de Natal. Aproximadamente R$ 2 milhões foram destinados ao pagamento de propina.