Conforme o Reuters, o dólar entrou em rota de baixa na manhã desta quinta-feira, mais do que revertendo a alta de mais cedo e depois de já ter avançado de forma expressiva nas duas últimas sessões, com a moeda brasileira entre as poucas em alta num pregão de dólar forte e de PIB brasileiro acima do esperado.
O PIB do Brasil registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro, acima da taxa de 0,9% esperada por economistas. Em relação ao segundo trimestre de 2021, o PIB apresentou avanço de 3,2%, contra expectativa de alta de 2,8% nessa base de comparação. Houve ainda revisões para cima nos dados do primeiro trimestre de 2022 e dos últimos três meses de 2021.
O desempenho melhor da atividade é um fator positivo para a taxa de câmbio, uma vez que pode estimular entrada de capital por parte de investidores que veem maior dinamismo da economia.
Uma das evidências de maior presença do estrangeiro, as compras realizadas por estrangeiros no mercado secundário de ações superaram as vendas em 17,95 bilhões de reais em agosto até dia 26, segundo dados da B3.
“Ainda vamos ver mais revisões de projeções do PIB para cima, tanto em 2022 como 2023”, disse no Twitter Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.
“O resultado é bom, mas não iremos revisar ainda o PIB deste ano, projetamos 2%, uma vez que vamos olhar em detalhe outros componentes como o setor externo que recuou com a alta expressiva de importações e queda nas exportações”, ponderou André Perfeito, economista-chefe da Necton.
De toda forma, o mercado cambial segue muito influenciado pelas intempéries externas, ditadas por preocupações com recessão, aperto da política monetária em meio a uma inflação nas alturas em muitos países centrais.
O mercado espera com ansiedade dados do mercado de trabalho norte-americano ainda nesta semana.
“A divulgação da variação na folha de pagamentos de agosto, que ocorre na sexta-feira, segue no radar, uma vez que uma eventual surpresa positiva poderia justificar uma elevação na taxa de juros mais intensa que o esperado”, disse o Bradesco em nota matinal.
Às 10:21 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,87%, a 5,1557 reais na venda. Na mínima, a cotação desceu a 5,1464 reais, queda de 1,04%.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,61%, a 5,1925 reais.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,4% nesta manhã, com divisas emergentes em queda.
O dólar à vista fechou a última sessão em alta de 1,74%, a 5,2007 reais na venda, maior ganho percentual desde 2 de agosto (1,93%) e patamar de encerramento mais alto desde o último dia 4 (5,2228 reais).
O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento 3 de outubro de 2022.