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terça-feira 18 de fevereiro de 2025 às 14:35h

Dólar opera em baixa, a R$ 5,68, após leilão de US$ 3 bilhões do BC; Ibovespa tem alta discreta

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O dólar à vista opera em queda ante o real nesta terça-feira, 18, à medida que investidores observam o início das conversas entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita pelo fim da guerra na Ucrânia, e após a realização de um novo leilão pelo Banco Central.

Após abrir rondando a estabilidade, a moeda norte-americana opera em baixa de 0,56%, a R$ 5,68, por volta das 14h20. A queda foi intensificada após novo leilão de linha do Banco Central, de US$ 3 bilhões.

As atenções também se voltam para o cenário externo, uma vez que os mercados dos EUA reabrem após feriado na véspera e os investidores ponderam sobre as incertezas geopolíticas e comerciais.

Já o Ibovespa mostrava uma alta discreta nesta terça-feira, já tendo trocado de sinal desde a abertura, em meio a movimentos de realização de lucros, um dia após renovar máximas do ano, flertando com os 129 mil pontos no melhor momento.

BB Seguridade era destaque positivo após divulgar resultado, previsões e dividendos, enquanto GPA figurava entre as maiores quedas nesta sessão, tendo no radar balanço que sairá após o fechamento do mercado e “downgrade” das ações por analistas do JPMorgan.

Às 11h30, o Ibovespa subia 0,19%, a 128.800,41 pontos, tendo marcado 128.876,55 pontos na máxima e 128.012,49 pontos na mínima até o momento. O volume financeiro somava R$4,35 bilhões.

Em fevereiro, o Ibovespa acumula um ganho de 2,11% e no ano sobe 4,86%.

Leilão do BC

O Banco Central vendeu nesta terça-feira um total de US$ 3 bilhões em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) realizado durante a manhã, informou a autarquia em comunicado, no que foi a terceira intervenção cambial da gestão do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.

No operação, que ocorreu de 10h30 às 10h35 e tem como data de recompra o dia 2 de outubro de 2025, o BC aceitou cinco propostas, a uma taxa de corte de 5,411%.

A venda foi realizada com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$ 5,7046.

Esta operação, que havia sido anunciada na véspera, busca rolar outra operação de linha realizada em 16 de dezembro, quando a autarquia vendeu US$3 bilhões ao mercado com compromisso de recompra em 6 de março deste ano.

Ao realizar o leilão desta terça, o BC garante liquidez ao mercado e evita que a demanda adicional por dólares possa estressar as cotações da moeda norte-americana.

O BC ainda fará nesta sessão um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1 de abril de 2025.

Em 20 de janeiro, na primeira intervenção no câmbio sob Galípolo, o BC vendeu um total de R$ 2 bilhões em dois leilões de linha, em operação realizada no mesmo dia da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em 29 de janeiro, a instituição vendeu outros US$2 bilhões, desta vez para rolagem de um vencimento de 4 de fevereiro.

Às 11h01, o dólar à vista subia 0,02%, a R$ 5,7140 na venda, em movimento semelhante ao observado antes da realização do leilão.

O dólar no dia

Autoridades norte-americanas e russas se reuniam nesta terça-feira na capital saudita, Riade, para suas primeiras conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia, enquanto Kiev e seus aliados europeus observavam ansiosamente do lado de fora.

As conversas ressaltam o ritmo acelerado dos esforços dos EUA para interromper o conflito, menos de um mês após a posse de Trump e seis dias após ele ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.

Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o conflito tem provocado volatilidade nos mercados globais em diversos momentos, principalmente devido à sua influência nos preços de commodities, como grãos e petróleo.

Um fim negociado para o conflito seria bem recebido pelos investidores, que teriam um fator de volatilidade a menos a ser ponderado em suas decisões.

Também continuam no radar notícias sobre os planos tarifários de Trump, que orientou sua equipe econômica na semana passada a estudar as taxas e outras barreiras comerciais impostas aos produtos norte-americanos, o que pode levar à implementação de tarifas recíprocas.

Os mercados têm interpretado as ameaças de Trump como uma tática de negociação, mas ainda temem a possibilidade de uma guerra comercial ampla ou os efeitos de tarifas de importação sobre os preços de diversas mercadorias.

“Continuamos a acreditar que Trump buscará tarifas no nível do produto e contra países com os quais os EUA têm déficits comerciais significativos, concentrando-se nos setores automotivo, de energia, farmacêutico e de chips”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.

“O principal risco é que Trump possa aumentar e impor tarifas a nível do país”, completaram.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,23%, a 106,970.

O dia do Ibovespa

Para estrategistas do Citi, a desaceleração da agenda do Executivo/Legislativo durante janeiro/fevereiro blindou o Ibovespa de catalisadores negativos e mudanças nas probabilidades para a eleição de 2026 ajudaram os preços.

A rotação de fluxo de mercados desenvolvidos para emergentes, após uma forte alta dos mercados desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, avaliaram, também ajudou na performance do Ibovespa.

“Embora a economia ainda esteja aquecida….esperamos uma desaceleração da economia local no segundo semestre de 2025 devido aos efeitos defasados ​​da política monetária”, afirmaram em relatório a clientes nesta terça-feira.

DESTAQUES

– GPA ON recuava 5,73% antes da divulgação do balanço após o fechamento. Analistas do JPMorgan também cortaram a recomendação para a ação para “underweight”, citando geração de caixa pressionada em razão de juros elevados e alternativas limitadas para acelerar a desalavancagem. A equipe do banco também afirmou que continua cautelosa com o setor e cortou os preços-alvo das ações de Assaí e Carrefour Brasil para R$8,50 (de R$10 antes) e R$7,70 (de R$11,50), respectivamente, mantendo a recomendação neutra para ambas as ações. ASSAÍ ON perdia 3,21% e CARREFOUR BRASIL ON subia 0,54%

– BB SEGURIDADE ON avançava 2,47% após reportar na véspera lucro líquido ajustado de R$2,17 bilhões nos três meses encerrados em dezembro de 2024, alta de 5,8% ano a ano. O braço de previdência e seguros do Banco do Brasil também divulgou projeções para 2025, incluindo um crescimento do resultado operacional não decorrente de juros (ex-holding) entre 3% e 8%. No ano passado, o resultado operacional cresceu 10,7%, superando o “guidance” de avanço entre 5% e 10%. A companhia ainda anunciou a distribuição de R$4,4 bilhões em dividendos, equivalentes a cerca de R$2,3 por ação.

– HYPERA ON subia 1,84%, tendo no radar nota técnica da Anvisa divulgada na véspera revelando que o Fator Y, um dos componentes para o cálculo do reajuste anual dos preços dos medicamentos no país pela CMED, será zero para 2025/2026. Analistas do Itaú BBA estimaram que menos de 40% das receitas da Hypera estão expostas ao aumento de preços regulado pela CMED. “Dessa forma, há espaço para a empresa compensar esse efeito aumentando os preços no restante de seus produtos não regulados por preços”, afirmaram em relatório a clientes.

– RD SAÚDE ON recuava 1,52%, com agentes também analisando a definição do Fator Y, um dos componentes para o cálculo do reajuste anual dos preços dos medicamentos no país pela CMED. Analistas do Itaú estimaram com base no novo dado que o reajuste final dos medicamentos deve ficar em torno de 3,7% na média, abaixo da inflação. “Tal cenário pode prejudicar a capacidade das farmácias de entregar alavancagem operacional, particularmente no segundo semestre de 2025, pois esperamos que a inflação acelere ao longo do ano”, afirmaram, aproveitando para reduzir a previsão dos lucros da RD em 2025 e 2026.

– VALE ON avançava 0,88%, ajudada pela alta dos futuros do minério de ferro na China, em meio à melhora na demanda por aço e expectativas de mais estímulos da China. O contrato mais negociado da commodity na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com alta de 2,51%. Ainda no setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA era destaque com valorização de 2,18%.

– BANCO DO BRASIL ON subia 0,72% no penúltimo pregão antes da divulgação do balanço do quarto trimestre e de 2024 na quarta-feira, após o fechamento, com agentes também analisando os números da BB Seguridade. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,83%, BRADESCO PN mostrava acréscimo de 0,08% e SANTANDER BRASIL UNIT registrava variação positiva de 0,04%.

– PETROBRAS PN avançava 0,69%, enquanto PETROBRAS ON subia 0,82%, tendo de pano de fundo variação modesta do preço do barril de Brent no exterior. De acordo com reportagem publicada pela Reuters na véspera, citando fontes, o centro de despetrolização que está sendo construído pela Petrobras no Oiapoque (AP) para atender uma das principais demandas do Ibama na análise da licença de exploração na Foz do Amazonas deverá ser concluído até o fim de março.

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