quarta-feira 18 de dezembro de 2024
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na saída do ministério - Foto: Reuters
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quarta-feira 18 de dezembro de 2024 às 14:17h

Dólar beira R$ 6,20, após fala de Haddad sobre câmbio

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O dólar alcançou os R$ 6,1905 às 13h, em avanço forte de 1,55%, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizer que o câmbio tem flutuado por conta de pendências e citar “movimentos especulativos”. Ele afirmou acreditar que o dólar irá se acomodar.

— Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar — disse Haddad, ao deixar o prédio da pasta, em Brasília.

Ele continuou:

— Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua — afirmou. — Há contatos conosco falando em especulação. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo, mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central.

Ontem, a moeda renovou seu recorde mais uma vez, mesmo com duas intervenções do Banco Central. A moeda chegou a ser negociada a R$ 6,20 ontem e fechou a R$ 6,0956, a maior cotação de fechamento já registrada.

E só cedeu após a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que votaria medidas do pacote fiscal. Um dos projetos, que trata de gatilhos para conter despesas públicas e permite o bloqueio de emendas, foi aprovado ontem na Casa.

Hoje, devem ser votadas mais duas propostas: a que trata da mudança na regra do salário mínimo e a que altera o abono salarial.

“A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O pacote fiscal do governo não conseguiu convencer os investidores”, escreveu Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, acrescentando que a provável alta de juros nos EUA hoje influencia na cotação.

Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, partilha da mesma opinião:

— O mercado segue bastante apreensivo com o andamento do pacote fiscal no Congresso. Algumas casas revisaram projeções de inflação de 2025 para cima, o que traz ainda mais instabilidade. Além disso, a tarde haverá a decisão do Fed (o BC americano, que define a taxa de juros dos Estados Unidos) hoje a tarde. Há uma certa cautela também por conta desse tema.

Aposta em alta de juros do Fed

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve anunciar a terceira alta de juros do ano.

Segundo a ferramenta de monitoramento CME FedWatch, as apostas são de um corte de 0,25 ponto percentual, o que levaria a taxa para um patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Mas as atenções estarão voltadas para a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Collin Powell. A expectativa é que ele dê pistas de como será a política monetária em 2025, se os juros continuam subindo e em que magnitude.

Investidores também estarão atentos a decisões do Tesouro Nacional. Ontem de noite, o órgão cancelou o seu tradicional leilão de títulos públicos, que estava previsto para ocorrer nesta quinta-feira. Em vez disso, será feito um certame de compra e venda de papéis já emitidos.

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