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quinta-feira 18 de novembro de 2021 às 06:00h

Dois homens condenados nos EUA pelo assassinato de Malcolm X serão absolvidos mais de 50 anos depois

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Dois homens condenados em 1966 pelo assassinato do ativista Malcom X, um dos maiores expoentes da luta contra o racismo, serão absolvidos, anunciou nesta última quarta-feira (17) o gabinete do promotor de Manhattan, Cyrus Vance. A exoneração de Muhammad A. Aziz e Khalil Islam representa um reconhecimento notável dos graves erros cometidos no caso.

— Esses homens não tiveram direito à justiça que mereciam — disse ao New York Times o promotor, cujo gabinete confirmou que haverá uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), após a “anulação das condenações injustificadas” de Aziz e Islam.

Uma investigação de 22 meses, conduzida em conjunto pelo gabinete do procurador do distrito de Manhattan, o Projeto Inocência e o escritório de David Shanies, um advogado de direitos civis, descobriu que promotores e duas das principais agências de segurança do país — o FBI e o Departamento de Polícia de Nova York — ocultaram as principais evidências que provavelmente teriam levado à absolvição dos homens.

Os dois, conhecidos na época como Norman 3X Butler e Thomas 15X Johnson, passaram décadas na prisão pelo assassinato, ocorrido em 21 de fevereiro de 1965, quando três homens abriram fogo dentro de um salão lotado em Manhattan quando Malcolm X começava a discursar.

Os documentos incluem informações que envolviam outros suspeitos e não apontavam para Islam e Aziz. As notas dos promotores ainda indicam que eles não divulgaram a presença de policiais disfarçados no salão no momento do ataque. E os arquivos do Departamento de Polícia revelaram que um repórter do New York Daily News recebeu uma ligação na manhã do crime indicando que Malcolm X seria assassinado.

Os investigadores também entrevistaram uma testemunha viva, conhecida apenas como J.M., que apoiou o álibi de Aziz, sugerindo que ele não participou do crime, mas estava, como disse à época do julgamento, em casa cuidando de um ferimento nas pernas.

— Isso não foi um mero descuido —  disse a advogada Deborah François. — Foi um produto de má conduta oficial extrema e grosseira.

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