Os ministros do MDB no governo Lula da Silva (PT) serão chamados segundo a Folhapress, para contribuir com o documento programático que o partido está elaborando para servir de base a seu projeto político na eleição do ano que vem.
Coordenador-geral do texto, que vem sendo tocado pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada à legenda, o ex-ministro Aldo Rebelo marcou para 19 de março uma reunião em Brasília em que as linhas gerais do projeto serão apresentadas às bancadas do MDB na Câmara e no Senado e aos ministros do partido: Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento).
“Todos vão participar”, diz Aldo, que diz que sua proximidade com o bolsonarismo não atrapalhará o diálogo com a ala lulista da legenda. “Tenho mais proximidade com os ministros do partido do que com Bolsonaro”, afirma, lembrando de sua amizade antiga com os Calheiros e os Barbalho, por exemplo.
O documento, batizado de “O Brasil Precisa Pensar o Brasil”, remete a um famoso texto do partido, “Ponte para o Futuro”, de 2015, que serviu de base intelectual para o governo de Michel Temer.
“O legado do presidente Temer será um ponto importante de debate”, afirma o coordenador. O ex-presidente deve contribuir com o projeto, especialmente na defesa do semipresidencialismo, tema que tem sido sua bandeira nos últimos anos.
Aldo diz que o texto de agora não necessariamente é pensado para uma candidatura presidencial em 2026, ponto que será debatido futuramente pelo partido. O MDB tem correntes que defendem apoio a Lula e a um candidato de oposição, além dos que sonham com candidatura própria.
Mas, ressalva ele, toda legenda busca protagonismo nacional. “Se o partido não tem projeto de poder, para que serve?”, afirma.
A ideia é ter o documento pronto no final de setembro. Haverá encontros regionais, sendo que o primeiro está marcado para 24 de março, no Paraná, além de conversas com especialistas. Em 1º de abril, o embaixador Rubens Barbosa falará ao partido sobre política externa.
O texto não será apenas voltado para a economia, diz Aldo, mas um projeto completo em diversas áreas. “São três eixos gerais: retomada do desenvolvimento, redução das desigualdades e consolidação da democracia”, afirma o coordenador.