Neste domingo (30) será concluída segundo a jornalista Daniel Pereira, da Veja, a nona corrida presidencial por voto direto desde a redemocratização do país. Nas campanhas anteriores, sempre houve certo consenso sobre quem venceria o páreo no segundo turno, com exceção, talvez, da eleição de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) por apenas 3,5 milhões de votos.
Em 2022, a situação é diferente. Apesar de Lula (PT) aparecer numericamente à frente de Jair Bolsonaro (PL) na maioria das pesquisas, nem mesmo os integrantes da coordenação da campanha petista dão a vitória do ex-presidente como liquida e certa. Há o temor de que ele seja prejudicado pela abstenção entre os mais pobres ou por uma arrancada do atual mandatário na reta final. Há ainda o receio de que as pesquisas tenham subestimado o apoio ao capitão, como ocorreu no primeiro turno.
Outra dúvida atormenta o país, diz Daniel Pereira. A votação acaba hoje, mas a disputa política pode se prolongar por semanas e até meses. Tudo dependerá da maturidade dos candidatos e principalmente da força das instituições.
Em meio a indefinições importantes, também há uma certeza: o resultado final terá a marca do ineditismo. Se vencer, Lula será o primeiro brasileiro a conquistar pelo voto direto três vezes a Presidência, e Bolsonaro será o primeiro mandatário a fracassar na tentativa de reeleição. Caso ganhe, o capitão protagonizará uma inédita virada em sucessão presidencial, já que nunca antes na história deste país quem passou em segundo lugar no primeiro turno conquistou a vitória no segundo turno.
Independentemente de quem seja o vencedor, que vença o melhor para o país.