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quarta-feira 28 de setembro de 2022 às 17:34h

Dívida pública federal cai 0,4% em agosto e custo dos títulos cai

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A dívida pública federal do Brasil caiu 0,40% em agosto sobre julho, a 5,781 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, em mês com melhora em indicadores do endividamento do governo por causa do recuo da inflação.

Já a participação dos investidores estrangeiros no estoque da dívida caiu ao menor nível em quase 13 anos, com o país perdendo atratividade relativa em meio à alta dos juros nas grandes economias.

No mês passado, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,42%, a 5,536 trilhões de reais.

De acordo com o Tesouro, a redução do estoque da dívida foi explicada por um resgate líquido de 56,6 bilhões de reais e uma apropriação positiva de juros no valor de 33,6 bilhões de reais.

Segundo o órgão, agosto foi marcado pela melhora do mercado externo, com dados econômicos mostrando inflação mais contida nos Estados Unidos, o que impulsionou o apetite por ativos de países emergentes.

O custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses caiu, passando de 10,76% ao ano em julho para 10,63% no mês passado.

Na dívida interna, o custo do estoque recuou de 11,00% ao ano para 10,89%. A dívida externa, por sua vez, registrou redução de 5,31% para 4,53% ao ano.

Em relação às novas emissões de títulos da dívida interna, o custo médio também caiu, indo de 12,09% para 11,88% ao ano.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luís Felipe Vital, esse barateamento da dívida foi causado principalmente pelo recuo da inflação, que é usada como indexador de títulos.

“Ao ter variações negativas na inflação, a gente vê o custo do estoque caindo”, disse.

No período, também houve um alongamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 3,96 anos, ante 3,90 anos registrados em julho.

Em relação ao colchão de liquidez para pagamento da dívida pública, houve uma redução de 2,69% em agosto, a 1,146 trilhão. O montante ainda é suficiente para quitar 10,24 meses de vencimentos de títulos, valor considerado confortável –em julho, estava em 9,49 meses.

Estrangeiros

Ainda de acordo com os dados do Tesouro, investidores estrangeiros reduziram em 11,3 bilhões de reais a participação na dívida interna, caindo de 9,0% do total para 8,8% em agosto –nível mais baixo desde dezembro de 2009.

Vital afirmou que os meses anteriores vinham registrando variações pequenas entre os não residentes, com saída um pouco mais forte agora. Ele afirmou que o cenário de alta nos juros em economias avançadas prejudica a entrada de recursos no país, mas, por outro lado, o ciclo de aperto monetário próximo ao fim no Brasil favorece investidores estrangeiros.

“Equilibrando os dois pontos, a gente não vê um cenário negativo de não residentes, pelo contrário. À medida que caminhamos para a continuidade da melhora fiscal, teremos um fluxo mais constante e positivo de não residentes”, disse.

Para o mês de setembro, o Tesouro vê cenário com persistência inflacionária global, “o que fez com que bancos centrais realizassem apertos monetários adicionais, elevando a probabilidade de recessão global”.

“O ajuste nas taxas de juros de países centrais gerou movimento de aversão ao risco, o que penalizou economias emergentes”, disse em nota.

No período, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao país, subiu 11,25%, a 292 pontos base. Por outro lado, o Tesouro informou que a curva de juros futuros do país perdeu nível e inclinação “refletindo a sinalização de encerramento do ciclo de aperto monetário no Brasil”.

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