A disputa diplomática entre a China e os Estados Unidos se aprofundou nesta terça-feira (14), com Pequim acusando Washington de sobrevoar seu espaço aéreo com balões de alta altitude, enquanto militares dos EUA examinam os destroços de um suposto balão espião chinês derrubado neste mês.
O balão chinês, que Pequim nega ser uma nave espiã, passou uma semana sobrevoando os Estados Unidos e o Canadá antes de o presidente Joe Biden ordenar que ele fosse abatido em 4 de fevereiro. Desde então, os militares norte-americanos abateram mais três aeronaves enquanto vasculham os céus em busca de objetos que não estão sendo capturados pelo radar.
A Casa Branca disse na terça-feira que ainda está procurando por destroços dos objetos não tripulados abatidos mais recentemente e que não tem visto nenhuma indicação de que eles sejam parte do programa de espionagem da China. No entanto, a Casa Branca expôs o senso de alerta elevado de Washington, uma vez que o impasse sobre o balão atrasa os esforços para retomar relações bilaterais.
A China diz que o balão abatido em 4 de fevereiro era uma aeronave civil de monitoramento do clima e tem acusado Washington de enviar seus próprios balões ao espaço aéreo chinês, alegação reiterada por Pequim nesta terça-feira.
Balões norte-americanos “voaram ao redor do mundo e entraram ilegalmente nos espaços aéreos da China e de outros países relevantes pelo menos dez vezes” desde maio de 2022, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin.
A Casa Branca contesta as alegações da China. Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, tuitou na segunda-feira: “Qualquer alegação de que o governo dos EUA opera balões de vigilância sobre a RPC (República Popular da China) é falsa”.