Lula proferiu 1.144 palavras no discurso da diplomação no TSE nesta semana. Nenhuma sobre combate à corrupção.
Segundo Robson Bonin, da coluna Radar, não é segredo que o petista não nutre simpatia pelo tema. Na campanha, sempre que questionado sobre o passado de escândalos do PT e o que faria, caso eleito, para combater o ataque da companheirada aos cofres públicos, Lula invertia a pergunta batendo nas contradições de Jair Bolsonaro (PT) no bilionário orçamento secreto.
A dias de tomar posse, como se viu nesta sexta, Lula não só abraçou o instrumento que tanto condenava como viu seu partido e seus aliados votarem a favor do orçamento secreto no parlamento.
A fala do presidente no TSE também mostrou que o discurso eleitoral de pacificação era mesmo um produto para ganhar votos, mas não para ser adotado após a vitória. Lula, que vive dizendo não nutrir mágoas dos tempos da prisão, fala como quem chegou ao poder novamente para ajustar contas com o passado. As contas erradas, claro.