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quinta-feira 24 de outubro de 2024 às 14:17h

Discurso de Alckmin na Reunião Ministerial de Comércio e Investimentos do G20

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Geraldo Alckmin (PSB) defendeu nesta quinta-feira (24), durante a abertura da reunião ministerial do GT de Comércio e Investimentos do G20, maior cooperação internacional para um crescimento econômico justo, equilibrado, inclusivo e sustentável.

Ele conclamou os países desenvolvidos a apoiarem as demais nações nessa tarefa. “É fundamental que economias mais avançadas colaborarem com apoio técnico e financeiro para que os países em desenvolvimento possam acompanhar as transições que os tempos atuais exigem, sobretudo para a inclusão social e o enfrentamento da emergência climática”, disse. “A cooperação internacional é a chave para garantir que nenhum país seja deixado para trás”.

Em seu discurso para ministros dos demais países do G20, que reúne 80% do PIB mundial, Alckmin lembrou que desenvolvimento sustentável com inclusão social, além de reforma nos mecanismos de governança global, são os eixos que orientam a presidência brasileira do grupo, definidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A promoção do desenvolvimento sustentável não é apenas uma prioridade, mas uma responsabilidade coletiva que transcende fronteiras e transcende gerações”, afirmou. Nesse aspecto, frisou ele, o G20 desempenha papel estratégico. “Apenas o crescimento econômico equilibrado e inclusivo poderá ser um poderoso motor de transformação, ajudando a reduzir desigualdades e promover prosperidade em todas as regiões do mundo”.

Entre as medidas prioritárias para que comércio e investimentos sejam “motores” do crescimento econômico em bases sustentáveis, Alckmin destacou o cálculo da pegada de carbono e a eliminação de barreiras unilaterais.

A preocupação com a adoção de medidas ambientais restritivas, por parte de alguns países, está no centro das discussões deste GT. “Em um momento em que enfrentamos desafios cada vez mais complexos e interconectados, o comércio e o investimento continuam sendo pilares fundamentais para o desenvolvimento”, acrescentou.

Em sua fala, o vice-presidente também destacou a necessidade de a adoção de medidas cada vez mais efetivas para a inclusão de segmentos historicamente sub-representados no comércio global, como as mulheres.

“No Brasil, o presidente Lula definiu como prioritária a adoção de medidas que incentivam a participação feminina nas exportações, proporcionando treinamento, mentoria e acesso a redes de negócios internacionais”, disse.

“O fortalecimento de políticas que incentivem essa participação é essencial para que possamos ampliar as oportunidades econômicas e criar um ambiente de negócios mais inclusivo e diverso”.

Por fim, Alckmin lembrou que as propostas defendidas pelo Brasil passam também pela reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Apoiamos um sistema multilateral de comércio capaz de contribuir para um comércio global mais justo, inclusivo e eficaz”, apontou.

Multilateralismo

Após a fala do vice-presidente, a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, destacou as responsabilidades crescentes dos países em desenvolvimento na busca de soluções para os desafios do mundo atual.

“Ao longo do ano, nossas equipes trabalharam com afinco e de forma colaborativa para construir um ambiente propício não apenas ao comércio justo e à atração de investimentos de qualidade, mas também ao crescimento inclusivo e sustentável em linha com a Agenda 2030”, disse.

Segundo ela, os temas em discussão pelo grupo realçam a importância da cooperação internacional e do multilateralismo, em um cenário intricado para o comércio e os investimentos internacionais.

“Se pretendemos responder a desafios globais, como tensões geopolíticas, fragmentação do comércio, corridas protecionistas e aumento da pobreza e das desigualdades, e se pretendemos que essas respostas tenham verdadeiro alcance global, o multilateralismo precisa ser fortalecido”, frisou.

Maria Laura também enalteceu o diálogo com a sociedade e sua participação nas atividades do grupo, principalmente por meio do B20 e do W20.

“Da parte do Brasil, acreditamos que a única maneira eficaz de construir um futuro promissor para o planeta que compartilhamos é garantindo a participação de todos, principalmente daqueles mais vulneráveis, em bases equitativas”, finalizou.

Pacote de consensos

A reunião ministerial desta quinta-feira marca o fim de uma jornada de seis meses em que as equipes técnicas dos países se debruçaram sobre quatro temas definidos como prioritários pelo Brasil neste GT: comércio e desenvolvimento sustentável; mulheres e comércio internacional; desenvolvimento sustentável em acordos de investimento; e reforma da OMC.

Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comercio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o GT busca construir um pacote de consensos em torno destes temas. A conclusão dos trabalhos está sendo agora debatida pelos ministros, que devem apresentar quatro documentos a serem anexados à declaração de líderes na Cúpula do G20, que acontece em novembro no Rio de Janeiro.

Confira o discurso:

“É com grande honra que os recebo em Brasília para esta reunião do G20.

O Brasil se sente privilegiado em sediar um encontro de tamanha importância, voltado para o debate dos rumos que moldarão o futuro das nossas economias e sociedades.

Quero expressar meus sinceros agradecimentos pelo empenho e dedicação de todas as delegações nas sucessivas reuniões técnicas nos últimos meses.

O esforço conjunto de todos tem sido essencial para que possamos avançar em questões vitais não apenas para o crescimento econômico, mas para a construção de um mundo mais justo e sustentável.

Trago também a mensagem do Presidente Lula, de agradecimento e de boas vindas.

O Presidente Lula definiu os três grandes eixos que orientam a presidência brasileira do G20. A inclusão social, o enfrentamento da mudança do clima e a reforma da governança global. São estes os eixos capazes de nos levar a um “mundo justo e um planeta sustentável”.

O G20, como fórum central de cooperação global, desempenha um papel estratégico na busca por soluções coletivas.

E em um momento em que enfrentamos desafios cada vez mais complexos e interconectados, o comércio e o investimento continuam sendo pilares fundamentais para o desenvolvimento.

Sabemos que apenas o crescimento econômico equilibrado e inclusivo poderá ser um poderoso motor de transformação, ajudando a reduzir desigualdades e promover prosperidade em todas as regiões do mundo.

Neste cenário, o G20 tem a oportunidade de liderar discussões que integrem o desenvolvimento sustentável, a transição para uma economia circular, com compromissos renovados com a sustentabilidade social e ambiental.

A promoção do desenvolvimento sustentável não é apenas uma prioridade, mas uma responsabilidade coletiva que transcende fronteiras e transcende gerações. Como expressou o filósofo Hans Jonas, o Princípio Responsabilidade é o novo imperativo categórico do nosso tempo.

É fundamental que economias mais avançadas colaborarem com apoio técnico e financeiro para que os países em desenvolvimento possam acompanhar as transições que os tempos atuais exigem, sobretudo para a inclusão social e o enfrentamento da emergência climática.

A cooperação internacional é a chave para garantir que nenhum país seja deixado para trás, e o Brasil acredita firmemente que o G20 pode ser o catalisador desse progresso, impulsionando novos arranjos comerciais que garantam, em todos os continentes, complementariedade e integração econômicas.

o cálculo da pegada de carbono e a eliminação de barreiras unilaterais no comércio são medidas prioritárias que, quando adotadas, permitirão que o comércio e os investimentos sejam motores do desenvolvimento sustentável.

O Governo brasileiro convida a todos para a adoção de medidas cada vez mais efetivas para a inclusão de segmentos historicamente sub-representados no comércio global, como as mulheres.

No Brasil, o Presidente Lula definiu como prioritária a adoção de medidas que incentivam a participação das mulheres nas exportações, proporcionando treinamento, mentoria e acesso a redes de negócios internacionais.

O fortalecimento de políticas que incentivem essa participação é essencial para que possamos ampliar as oportunidades econômicas e criar um ambiente de negócios mais inclusivo e diverso.

Todos nós, temos a responsabilidade de garantir que mulheres em todas as partes do mundo tenham acesso equitativo às oportunidades que o comércio global pode oferecer.

Os acordos de investimento, por sua vez, devem estar alinhados com os princípios do desenvolvimento sustentável e atuarem com energia para que isso ocorra. É crucial que criemos ambientes de negócios que não apenas atraiam investimentos estrangeiros, mas que garantam segurança jurídica e previsibilidade econômica.

Ness mesma linha, destaco mais uma vez o compromisso do Brasil com o fortalecimento do sistema multilateral de comércio. O Brasil defende uma reforma e a modernização da Organização Mundial do Comércio, que assegure que as questões do próprio desenvolvimento que aqui defendemos permaneçam centrais para todos os Países.

Apoiamos, assim, um sistema multilateral de comércio capaz de contribuir para um comércio global mais justo, inclusivo e eficaz.

Por fim, tenho plena confiança de que as nossas discussões, pautadas pela cooperação e pelo compromisso com o bem comum, resultarão em avanços significativos para o comércio e o investimento globais.

O G20 tem uma responsabilidade única de liderar esse processo e, juntos, poderemos alcançar os melhores resultados.

Agradeço novamente pela presença de todos e desejo uma reunião produtiva e repleta de resultados concretos.

Muito obrigado!”

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